Greve paralisa 14 operadoras de transporte ferroviário no Reino Unido | Foto: Twitter/Reprodução

Os trabalhadores do Sindicato Ferroviário, Marítimo e dos Transportes (RMT) da Inglaterra, em greve desde sábado (13), quando a paralisação dos maquinistas da Sociedade Associada de Engenheiros de Locomotivas e Bombeiros (ASLEF) já marcava seu segundo dia, declararam que manterão o movimento que sustentam de forma intermitente desde junho passado até que o governo responda sua reivindicação salarial e de melhores condições de trabalho.

Diante da inflação que está próxima de 11% no país, a maior em 40 anos, há três anos sem reajuste e sob ameaça de demissões compulsórias, os 40 mil trabalhadores das ferrovias britânicas rejeitaram uma proposta de aumento salarial de 9% em dois anos por considerá-la insuficiente.

O secretário-geral da RMT, Mick Lynch, disse aos repórteres que lamentava a paralisação, mas a tinham convocado com tempo para que os passageiros tivessem “tempo para fazer planos”.

“Isso faz parte de uma longa campanha, porque ainda não temos um acordo, levamos quase um ano negociando e não há uma oferta que possamos aceitar. Não tivemos um aumento salarial para nossos membros nos últimos quatro anos, por isso a campanha continua”, afirmou Lynch.

“Não queremos perturbar o dia-a-dia das pessoas e as suas atividades, as greves são infelizes e perturbadoras, essa é a sua natureza. Lamentamos, esperamos chegar a um acordo em breve, mas depende do governo”, assinalou.

Depois de rejeitar a última oferta, o secretário-geral da RMT convocou uma cúpula especial de sindicatos, operadores de trens e governo em uma carta ao secretário de Transportes, Mark Harper, mas não tiveram resposta.

Já o secretário-geral de ASLEF, Mick Whelan, revelou que não houve reuniões com o governo desde o início de janeiro.

A maior parte da rede ferroviária em Inglaterra foi privatizada pelo governo de John Major na década de 1990, em um processo iniciado por sua antecessora Margaret Thatcher.

Nos últimos meses, trabalhadores ferroviários, enfermeiros, policiais de fronteira, professores e outros profissionais também entraram em greve para exigir aumentos salariais devido à alta dos preços dos alimentos e da energia.

Fonte: Papiro