Porto Zhoushan de Ningbo, Província de Zhejiang, no leste da China | Foto: Xinhua/Weng Xinyang

O comércio entre a Rússia e a China aumentou 41,3% de janeiro a abril de 2023, totalizando R$ 364,44 bilhões (US$ 73,15 bilhões), segundo dados da Administração Geral de Alfândega da China.

Nesse período, a China exportou R$ 167,83 bilhões (US$ 33,69 bilhões) em mercadorias para Moscou, um aumento de 67,2% em relação aos meses de janeiro a abril de 2022, e as vendas da Rússia para a China cresceram 24,8%, no valor equivalente a R$ 196,61 bilhões (US$ 39,46 bilhões).

O comércio entre os dois países atingiu R$ 95,8 bilhões (US$ 19,23 bilhões) só em abril. Nesse mês, a Rússia exportou mercadorias no valor de R$ 47,86 bilhões (US$ 9,61 bilhões) para a China e recebeu R$ 47,93 bilhões (US$ 9,62) de seu vizinho.

Já o comércio da China com os EUA caiu 11,2% em termos homólogos, para R$ 1,09 trilhão (US$ 217,92 bilhões) entre janeiro e abril, consequência de variadas barreiras ilegais impostas por Washington para bloquear vendas ao país oriental que, em resposta, redirecionou o comércio e investiu na produção nacional como, por exemplo, anunciando um incentivo de cerca de R$ 760 bilhões (1 trilhão de yuans) na busca de auto-suficiência na produção de semicondutores.

Os presidentes da Rússia e da China, Vladimir Putin e Xi Jinping, respectivamente, fixaram a meta de dobrar o comércio entre os dois países de R$ 498,23 bilhões (US$ 100 bilhões) por ano para R$ 996,46 bilhões (US$ 200 bilhões) até 2024, resultado da visita de três dias à Rússia do líder chinês que reafirmou a parceria estratégica Moscou-Pequim e o avanço irreversível do multilateralismo, em março último.

“PARCERIA ESTRATÉGICA”

Durante as negociações, a Rússia e a China assinaram a Declaração sobre o Aprofundamento da Parceria Abrangente na Nova Era e o Plano para o Desenvolvimento da Cooperação Econômica até 2030, e mais doze documentos.

Incluindo um protocolo de fortalecimento da cooperação em pesquisa científica fundamental, um programa de cooperação na construção de reatores nucleares, um acordo de cooperação na produção de programas conjuntos de TV, e outros memorandos de entendimento em vários campos.

Outro ponto chave do encontro foi o crescimento da cooperação financeira (o uso de moedas nacionais no comércio bilateral, investimento, empréstimos). A Rússia anunciou a disposição de utilizar o yuan em suas transações comerciais com países da América Latina, África e Ásia. O uso das moedas nacionais no comércio bilateral Rússia-China já atingiu 65% do total.

Fonte: Papiro