Uma parcela dos usuários canadenses ficou sem acesso a notícias temporariamente | Foto: Reprodução

A decisão da Câmara dos Deputados do Canadá de respaldar a iniciativa do primeiro-ministro Justin Trudeau de exigir remuneração à mídia local, sempre que alguém acione um link jornalístico local indicado por um mecanismo de busca, levou o Google e demais plataformas a causar o apagão de notícias para um milhão de usuários.

A intenção do projeto de lei do governo Trudeau com o chamado “Ato de Notícias Online”, em junho do ano passado, era garantir, com o pagamento pelo serviço prestado, uma maior valorização dos profissionais e um fortalecimento das fontes jornalísticas através do respeito a elas quando acionadas por busca via internet.

Em retaliação à aprovação da nova legislação pelos deputados, em dezembro, o Google cortou o acesso a informações online de 3,3% dos usuários do buscador da big tech no Canadá.

O texto legislativo ainda depende do apoio do Senado para entrar em vigor. O bloqueio trouxe à tona o debate sobre a democratização e a soberania das big techs no espaço nacional. A questão é, se por terem de pagar pelos conteúdos que recomendam, poderiam simplesmente deixar de linká-las ou invisibilizá-las.

“Realmente me surpreende que o Google tenha decidido que era preferível impedir os canadenses de lerem notícias a pagar os jornalistas pelo trabalho que eles fazem”, declarou Trudeau, condenando a postura do monopólio estadunidense.

Segundo o Google, o “experimento” não tinha a intenção de ameaçar o governo com a invisibilidade de notícias, muito menos de protestar contra o novo projeto de lei ou burlar potenciais novos custos. Em causa própria, a empresa alegou que o problema causado não passava de um “estudo” para “explorar as novas condições de mercado”.

O bloqueio foi denominado pela executiva do Google no Canadá, Sabrina Geremia, de “testes orientados a hipóteses”.

Fonte: Papiro