Mao Ning, porta-voz da Chancelaria da China | Foto: Xinhua

Informações recém-divulgadas sobre a disposição da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de abrir um “escritório” no Japão em 2024 foram prontamente rechaçadas pelo governo chinês, que advertiu que isso só agravará ainda mais o clima de beligerância existente na região da Ásia e do Pacífico, representando uma afronta à paz. A pretensão belicista do braço armado estadunidense veio à tona na quarta-feira (3) a partir de vazamentos do jornal Nikkei.

“A Ásia é uma âncora para a paz e a estabilidade, uma terra promissora para cooperação e desenvolvimento, não um campo de batalha para a competição geopolítica”, rebateu nesta quinta-feira (4), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning.

Conforme explicitou Mao Ning, “a China sempre acreditou que a cooperação em defesa e segurança entre os países deve conduzir à paz e estabilidade regional e não deve visar ou prejudicar os interesses de terceiros”. “Por interesse próprio e pensamento de soma zero, os Estados Unidos continuam a fortalecer seu destacamento militar na região, o que está exacerbando a tensão”, ressaltou.

A representante chinesa assinalou que a incursão contínua da Otan na Ásia e no Pacífico deve manter os países da região vigilantes a fim de “evitar serem coagidos pelos EUA”. “A Ásia-Pacífico não aceita a mentalidade da Guerra Fria e o confronto de campo. A Otan deveria refletir profundamente sobre o papel que desempenhou na segurança da Europa, não deveria bagunçar a Europa, nem tentar bagunçar a Ásia-Pacífico e o mundo”, acrescentou Mao Ning.

De acordo com o jornal japonês, o centro militar ficaria sediado em Tóquio e teria como objetivo servir de ligação entre a Otan e seus principais parceiros na região, incluindo a Coreia do Sul, a Austrália e a Nova Zelândia. Segundo o Nikkei, o acordo deverá ser assinado antes da cúpula da Otan marcada para 11 e 12 de julho em Vilnius, capital da Lituânia.

A Otan tem escritórios semelhantes na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, na Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), em Viena, Geórgia, Ucrânia, Bósnia e Herzegovina, Moldávia e Kuwait.

Fonte: Papiro