Armas dos EUA são roubadas na Ucrânia e vendidas em países vizinhos, aponta Seymour Hersh
“O Ocidente sabe que as armas fornecidas às tropas ucranianas estão vazando para o mercado negro, mas seus meios de comunicação ignoram isso”, afirmou Seymour Hersh, reconhecido jornalista norte-americano e vencedor do Prêmio Pulitzer.
“Em uma fase inicial [do conflito], Polônia, Romênia, Moldávia e outros países fronteiriços foram inundados com armas fornecidas pelos EUA à Ucrânia para a guerra. Em outras palavras, vários comandantes, não sei em que nível, muitas vezes não generais, mas coronéis e outros, recebiam remessas de armas e as revendiam pessoalmente ou as enviavam para o mercado negro”, revelou Hersh em entrevista com Afshin Rattanzi, apresentador do programa ‘Going Underground’ da agência russa RT.
“A corrupção lá é simplesmente escandalosa. Sempre foi assim. A situação não está mudando”, sublinhou o jornalista investigativo que em fevereiro passado denunciou que a Casa Branca coordenou com o governo alemão uma operação para encobrir a ordem do presidente Joe Biden para explodir o gasoduto Nord Stream.
ZELENSKY E A CORRUPÇÃO
Os setores armamentistas norte-americanos, com receio de ficarem expostas as suas verdadeiras intenções de ingerência na região, não estão preocupados apenas sobre o paradeiro das armas fornecidas à Ucrânia. O gasto irregular de colossais fundos de ‘ajuda’ por parte de altos funcionários ucranianos também tem sido um tema de suposta discórdia entre Kiev e Washington.
Nas palavras do jornalista, os representantes da CIA deram a Zelensky uma lista de 35 funcionários corruptos “que dirigiam por Kiev em novos carros Mercedes”. Ele acrescentou que 10 das pessoas na lista negra já foram demitidas – embora deve ser destacado que elas não foram processadas por acusações de corrupção, nem por nenhum outro motivo, como foi o caso do vice-chefe do Gabinete do Presidente ucraniano, Kiril Timoshenko.
Hersh enfatizou que a corrupção no governo ucraniano é “simplesmente ultrajante e a preocupação de Washington é apenas para manter as aparências”.
E não é à toa que o veterano jornalista Seymour Hersh formou essa convição. Basta lembrar, por exemplo, a declaração pública de Michael Pompeo na Universidade A&M do Texas em 15 de abril de 2019, quando, candidamente disse: “Fui Diretor da CIA. Mentíamos, enganávamos, roubávamos. Tínhamos cursos de formação inteiros sobre isso”. Sua plateia aplaudiu com grande entusiasmo.
Fonte: Papiro