Centrais Sindicais convocam jornada de greves contra ataque de Macron à Previdência
As Centrais Sindicais francesas, unificadas na Intersindical, lançaram a convocação de mais um dia de greves, acompanhadas de piquetes, bloqueios de estradas e refinarias, além de manifestações para esta quinta-feira, 6 de abril. Será a 10ª jornada de protestos contra o projeto do governo de Macron que aumenta de 62 para 64 anos a idade mínima da aposentadoria e antecipa – para 2027 – de 42 para 43 anos o período de contribuição previdenciária.
A decisão de continuar mobilizando os trabalhadores, os jovens e o conjunto da sociedade francesa até a retirada da lei que Macron acaba de sancionar, passando por cima da Câmara dos Deputados foi referendada pelo 53º Congresso da CGT.
Macron está disposto a qualquer maldade diante da crise que colocou a França incluindo esta lei “ilegítima, injusta, e injustificável! Não haverá mediação ou compromisso”, assinalou a nova secretária geral eleita, Sophie Binet, dirigente da União Geral dos Engenheiros, Executivos e Técnicos, na plenária final.
Os delegados ao Congresso condenaram os atos da polícia e dos patrões que nas últimas semanas tem aumentado no país inteiro: “De onde quer que venha, a violência não vai diminuir a raiva do mundo do trabalho que impulsiona essa histórica mobilização social. A CGT condena as requisições e o desrespeito ao direito de greve, direito com valor constitucional. A CGT exige a extinção de todos os processos judiciais contra militantes no âmbito de ações e manifestações sindicais”.
“Depois de anos de austeridade salarial, cada vez mais empregados precários, desempregados, jovens e aposentados não aguentam mais a inflação. A CGT reafirma todas as suas reivindicações: aumento salarial, restabelecimento da tabela salarial móvel, descongelamento do ponto índice”, apontou o Congresso.
Philippe Martinez, que deixa o cargo de secretário-geral, destacou que os lucros patronais não podem vir a partir de arrocho salarial e defendeu um reajuste de acordo com a inflação, em especial no salário mínimo.
Os delegados reafirmaram seu compromisso com a paz e a solidariedade internacional entre os povos e proclamam seu repúdio à guerra e envio de armas à Ucrânia.
Fonte: Papiro