Com a vitória, time haitiano avança para as quartas de final do torneio | Foto: Reprodução/Twitter

Contra qualquer análise ou perspectiva, a equipe do Violette, time semi-amador do país mais pobre das Américas, eliminou uma das principais equipes da nação mais rica do planeta.

O Violette, pequeno clube do Haiti, conquistou na última terça (14) um feito histórico pela Concachampions, a Liga dos Campeões da América do Norte, Central e Caribe, a equipe eliminou o Austin FC, time da Major League Soccer (MLS) dos Estados Unidos, fora de casa e desfalcado de oito atletas, que tiveram seus vistos negados ao tentarem entrar nos Estados Unidos para a partida.

Com a classificação, o Violette se tornou o primeiro time haitiano a avançar às quartas de final da competição. Na partida de ida, com seu time completo, derrotou o Austin, quarto colocado na MLS, por 3 a 0.

Na volta, se segurou com um time composto por atletas semi-amadores e com apenas três jogadores no banco de reservas. A derrota por 2 a 0 não evitou a classificação da equipe.

Ao todo, 13 jogadores relacionados pelo Violette não puderam entrar no país onde ocorreria a disputa. Destes, oito tiveram o visto negado pela alfândega no aeroporto, por um suposto receio de que os atletas buscassem asilo nos EUA. No vídeo pelo twitter os atletas haitianos “soboreiam a qualificação histórica”.

Apenas 12 jogadores puderam entrar no país. O regulamento da Liga dos Campeões da Concacaf, que reúne times das Américas do Norte e Central, não permitiria que o clube jogasse a partida com esse número de atletas, que seria eliminado por W.O.

O time precisou recorrer ao FC Motown, clube amador de Nova Jersey, para ceder dois atletas para formarem o número mínimo necessário de relacionados e não sofrer W.O.

Contra o Austin, pela partida de ida, a equipe teve de mandar seu jogo na República Dominicana, país com o qual faz fronteira na Ilha de São Domingo. Além disso, essa foi a primeira partida da equipe em 10 meses, já que o futebol foi paralisado no país por causa dos índices de violência causados por anos de caos econômico, com o controle de gangues nos centros urbanos.

Para garantir a classificação, o elenco teve de lidar com esse processo de isolamento do futebol. Ao longo dos últimos 10 meses, os jogadores tentavam se reunir semanalmente para conversar e manter o mínimo de contato em meio à violência no país.

Fonte: Papiro