Multidão ocupa a avenida Kaplan no centro de Tel Aviv | Foto: Ofer Vaknin/Haaretz

Lideranças da oposição falaram a multidões concentradas neste sábado, 11, em Tel Aviv, Haifa, Jesusalém, Ashdod, Beer Sheva, Netania na 10ª semana consecutiva de protestos contra o projeto que o bloco liderado por Netanyahu, em conjunto com elementos judaico-supremacistas e abertamente fascistas como Ben Gvir e Smoltrich, com o qual pretendem extinguir, de fato, o poder Judiciário do país e estabelecer uma autocracia ditatorial em Israel.

Segundo os organizadores os atos deste sábado somam 500 mil pessoas e é a maior soma desde que a série de manifestações contra o golpe de Netanyahu teve início.

Além dos 250 mil nas avenidas centrais de Tel Aviv, o ato na terceira maior cidade do país, Haifa, onde estavam se reunindo 10 mil pessoas a cada semana, surpreendeu os organizadores, chegando a concentrar 50 mil.

Milhares se concentraram na frente da residência do presidente Isaac Herzog que, na quinta-feira chamou o premiê Netanyahu a “parar de dividir o país” e, em pronunciamento crítico ao premiê, fato sem precedentes no país, destacou que “a democracia de Israel e o maior valor. Um judiciário independente é o maior valor. Proteger os direitos humanos – de homens, mulheres e minorias e manter o único e rico mosaico israelense – é o valor mais elevado”.

“Israel está enfrentando a maior crise em toda sua história. Uma onda de terrorismo nos atinge, nossa economia está quebrando, o dinheiro está indo embora, mas a única coisa que importa a este governo é arruinar a democracia israelense”, declarou o ex-premiê Yair Lapid ao falar para 10 mil pessoas na cidade sulista de Beer Sheva.

“O fato de terem vencido as eleições por meio por cento de diferença não lhes dá o direito de ameaçar as mulheres de ocuparem posições de destaque, de dizer para nós o que podemos e o que não podemos comer no Pessach [a Páscoa judaica], ou de perpetrarem pogroms contra cidades palestinas”, acrescentou.

Lapid finalizou enfatizando que se o bloco no poder seguir atentando contra a legislação em vigor no país, mesmo após o pedido para sua suspensão pelo presidente, seria “como cuspir na cara do presidente Herzog”.

O presidente do partido Israel Beiteinu (Israel Nossa Casa), Avigdor Lieberman, denunciou o projeto do bloco no poder como “uma trapaça armada por Netanyahu e Gvir”.

“Israel não será uma monarquia de uma família real ou um Estado teocrático. Permanecerá liberal, livre e democrático. Eles podem ter uma maioria no Knesset (parlamento), mas nós temos a maioria do público”, prosseguiu Lieberman.

Fonte: Papiro