Com consumo em queda, produção de veículos registra pior mês de fevereiro em 17 anos
Com o consumo enfraquecido em virtude dos altos juros e endividamento das famílias, as montadoras de veículos registraram neste fevereiro os menores níveis de produção dos últimos sete anos. De acordo com dados da Anfavea, associação que representa as montadoras, o volume de veículos produzidos foi 2,9% menor do que em fevereiro do ano passado. No total, 161,2 mil veículos foram montados, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.
As vendas de carro 0 km tiveram uma queda de 1,8% em fevereiro em comparação ao mesmo período do ano passado. Em relação a janeiro de 2023, houve uma queda de 9%. Segundo a Anfavea, também pesou sobre os resultados da produção uma importante queda de 17,2% no volume de exportações. As vendas para outros países de veículos montados no parque brasileiro foram as mais baixas para o mês em 17 anos. Os embarques somaram 34,3 mil unidades – um aumento de 3,8% contra janeiro, mas que não compensou a queda acumulada de 2,6% do primeiro bimestre, quando 67,4 mil veículos foram exportados. As vendas de fevereiro foram as mais baixas para o mês em 17 anos.
A falta de componentes associada a um mercado asfixiado pelos juros elevados e endividamento recorde atingindo 80 milhões de brasileiros e dificuldades de investimentos fizeram com que fabricantes como Volkswagen, Peugeot e Citroën paralisassem a produção em seus parques no Brasil neste começo de ano. Também foi o caso da GM, que deu férias coletivas de três semanas a seus funcionários no mês de fevereiro. Com todo o incentivo da parte do governo, com redução de imposto, diante do custo elevado do crédito (juros), os preços não caíram, mantendo o Brasil entre os países com os preços dos veículos mais caros do mundo.
“Apesar de estar alinhado como as nossas projeções de volumes para 2023, o desempenho do primeiro bimestre, limitado pelas condições de crédito e oferta de suprimentos, [o resultado] reforça a necessidade de promover o reaquecimento do mercado e as cadeias locais de produção”, comentou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.
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