Navio iraniano Iris Makron na costa brasileira | Foto: Reprodução/Twitter

O senador texano Ted Cruz, do Partido Republicano dos Estados Unidos, numa intromissão indevida nos assuntos soberanos do Brasil, criticou na terça-feira (28) a decisão do governo brasileiro de autorizar dois navios iranianos atracarem no Porto do Rio de Janeiro, após pedido de autorização para reabastecimento.

O parlamentar, achando que o Brasil deve se submeter às ordens de seu país, disse que o governo Biden deveria reavaliar a cooperação do Brasil em relação aos “esforços antiterroristas” norte-americanos e entender que o presidente brasileiro está “alinhado contra o interesse dos Estados Unidos”. Disse, ainda, que a autorização do Brasil “é um desenvolvimento perigoso e uma ameaça direta à segurança dos americanos”.

“Esses navios de guerra iranianos já estão sancionados e, portanto, o porto do Rio de Janeiro onde aportaram agora corre o risco de sanções incapacitantes, assim como quaisquer empresas brasileiras que lhes prestaram serviços ou aceitaram pagamentos – e também todas as empresas estrangeiras que se envolverem com o porto ou dessas empresas brasileiras no futuro”, ameaçou o político de índole fascista.

“A administração Biden é obrigada a impor sanções relevantes, reavaliar a cooperação do Brasil com os esforços antiterroristas dos EUA e reexaminar se o Brasil está mantendo medidas antiterroristas eficazes em seus portos. Se o governo não o fizer, o Congresso deve forçá-los a fazê-lo”, acrescentou o senador sem noção.

No último dia 14 de fevereiro, a embaixadora dos EUA em Brasília, Elizabeth Frawley Bagley, recém nomeada, também se achou no direito de se meter nos assuntos internos do Brasil e disse que Washington enxergava com “muita preocupação” a possibilidade de embarcações do Irã ancorarem em águas brasileiras.

A manifestação tinha uma clara intenção de ameaçar o governo brasileiro e obrigar o país a obedecer as ordens dos EUA contra o Irã, país com o qual o Brasil não tem nenhuma desavença.

Os navios do Irã atracariam no Rio de Janeiro em 12 de janeiro deste ano, recebendo sinal verde do Ministério das Relações Exteriores brasileiro e da Marinha. Entretanto, após mudança de data solicitada por Teerã, que coincidia com a viagem de Lula aos EUA, o Brasil vetou a entrada dos navios. Na última sexta-feira (24), o governo brasileiro voltou atrás e concordou com o novo pedido feito pela Marinha iraniana para uma curta atracagem de seus navios no porto brasileiro.