Supervia | Foto: André Gomes de Melo/GERJ

O reajuste da passagem do trem da SuperVia, no Rio de Janeiro, que passou de R$ 5 para R$ 7,40 desde quinta-feira (9), vem causando revolta na população carioca, lideranças sociais e parlamentares.

O reajuste, de 48% da passagem, está sendo considerado “abusivo” e “ilegal” por entidades e população em geral, que criaram um abaixo-assinado para ser entregue ao PROCON, questionando o aumento.

O reajuste foi formalizado pelo governador Cláudio Castro (PL) essa semana, após ter sido aprovado pela Agência Reguladora de Transportes do Rio (Agetransp), em dezembro.

O aumento vale para quem não têm direito à Tarifa Social Ferroviária, subsidiada pelo governo estadual. Quer dizer, com o aumento, o que acontece na prática é que o governo “subsidia” uma tarifa social, mas quem paga a conta é o restante da população, que não tem direito ao benefício.

Além disso, conforme atestam os constantes protestos de usuários, a qualidade dos serviços prestados pela concessionária SuperVia está longe de corresponder ao preço abusivo.

Para o Observatório dos Trens, entidade que pesquisa e monitora a mobilização e incidência sobre mortes e atropelamento ferroviário na região metropolitana do Rio e está liderando o recolhimento de assinaturas no abaixo-assinado, além do aumento abusivo, a SuperVia e o governador Cláudio Castro estão “cometendo uma ilegalidade, pela falta de informação e descumprimento das obrigações de prestação de serviço adequado à população”, pois os usuários nem ao menos foram avisados sobre o reajuste com no mínimo 30 dias de antecedência.

Para a deputada estadual do PCdoB, Dani Balbi, “o aumento da tarifa dos trens da Supervia para R$ 7,40 é um completo absurdo! Além de não caber no bolso dos trabalhadores e das trabalhadoras, esse reajuste não representa nenhuma melhoria no péssimo serviço prestado pela concessionária”.

Nas redes sociais, um usuário disse que o aumento “é uma crueldade contra os trabalhadores. Como se não bastasse, ainda estão sendo obrigados a enfrentar um ritual de humilhação para terem acesso à ‘tarifa social’ de R$ 5,00″.

“Os trabalhadores sofrem todo dia com os atrasos, a superlotação nos trens do Rio. Pagar R$ 7,40 por um serviço que não atende bem à população é um abuso!”, escreveu a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Ressaltando que o trem é o principal transporte para quem mora na periferia, a vereadora Monica Benício (Psol) escreveu no Twitter: “Há 2 dias trabalhadores dormiam na Central (estação) devido às chuvas, porque não tinham outra alternativa para voltar para casa. Hoje, foi aprovado o aumento de R$ 7,40 dos trens. Isso é cercear o direito de ir e vir!”.

A deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ) também se manifestou, dizendo que o reajuste é um “escárnio com a população que conta com um serviço de péssima qualidade, interrupções frequentes, filas, vagões em péssimo estado”. E ainda questiona: “Quem pode pagar diariamente R$ 7,40 na passagem? Absurdo”.

Fonte: Página 8