Chanceler brasileiro rechaça em Munique o envio de armas e munições à Ucrânia
O chanceler Mauro Vieira afirmou, em encontro na Alemanha, que “em vez de participar de uma guerra”, o Brasil prefere “falar de paz”. Vieira também reafirmou que o país não enviará armas para a Ucrânia usar na guerra.
Mauro Vieira está em Munique, na Alemanha, participando da 59ª Conferência de Segurança, encontro criado em 1962 para discutir a paz no mundo.
“Lula ouviu muito sobre armas, munições e guerra, mas ele quer ouvir mais sobre paz e negociações de paz”, disse o chanceler do governo Lula.
Vieira reforçou que o Brasil não enviará nenhum tipo de arma ou munições para a Ucrânia, que está em guerra contra a Rússia. “Ao invés de participar da guerra, nós preferimos falar sobre paz”, apontou.
“O Brasil está pronto para ajudar sempre que possível” nas conversas para a paz.
“O Brasil é um país pacífico e o presidente Lula lutou para preservar a paz na nossa região e no mundo”.
“Se as partes envolvidas quiserem, assim como um grupo de países, porque não é uma missão que podemos fazer sozinhos, que também tenha diálogo com os dois lados”, as negociações de paz podem ser iniciadas.
O governo Lula já respondeu negativamente a pedidos feitos pela Alemanha para que munições para tanques fossem enviadas para a Ucrânia.
Questionado se o Brasil iria impor sanções contra a Rússia, como fizeram os Estados Unidos e países europeus, o chanceler respondeu que isso seria contra as leis brasileiras. Mauro Vieira participou do evento “Praça Pública”, que é parte da Conferência de Segurança na qual foi entrevistado sobre as posições do novo governo.
A entrevistadora questionou se o Brasil teria qualquer interesse em entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar encabeçada pelos Estados Unidos. Vieira respondeu de forma categórica: “não”.
“Nós não somos do Atlântico Norte, somos do Atlântico Sul, então seria uma impossibilidade geográfica”, disse.
“Ao lado disso, penso que nossa constituição diz muito claramente que nós não podemos ter armas nucleares. Então, não acho que seria um clube em que nos encaixarmos”, continuou.
No evento, Vieira ainda falou que o Brasil não tem interesse em derrubar sua neutralidade na guerra comercial que existe entre os Estados Unidos e a China. O chanceler apontou que os EUA são um “velho, tradicional e importante” parceiro, mas a China é, “de longe, nosso maior parceiro comercial”.
Fonte: Papiro