Medidas buscam universalizar acesso à Saúde | Divulgação

Diante de uma multidão que tomou a Praça de Armas da Casa de Nariño, nesta terça-feira (14), o presidente Gustavo Petro defendeu as reformas trabalhista, previdenciária e da saúde apresentadas no Plano Nacional de Desenvolvimento na semana passada ao Congresso. O projeto de lei estabelece os objetivos para os próximos quatro anos (2022-2026), fortalece o papel indutor do Estado no desenvolvimento.

“A mudança não é possível sem o povo. O que o povo escolheu não foi apenas uma pessoa. Foi devolver o poder ao povo, e isso tem que ser expresso na realidade histórica, na vida cotidiana”, afirmou o presidente, saudado pelos milhares de colombianos reunidos em frente à sede do governo nacional, em Bogotá. De forma enfática, Petro reiterou o significado do apoio popular para implementar as reformas sociais que o país tanto necessita para torná-lo mais justo e frisou que, com o respaldo demonstrado nas ruas de todo o país, as leis se converterão em leis “se a sociedade colombiana tanto quer”.

Petro assinalou que a “mudança” foi a palavra pela qual votaram milhões de pessoas, e que é preciso agora de muita mobilização para executá-la. “Não pode ser uma mudança de mentiras, de maquiagens. Somente se o povo abandona a seu governo é que a mudança pode ser detida. E será mais profunda na medida em que as maiorias nos acompanhem”, frisou.

As inúmeras marchas e comícios realizados em todas as capitais do país foram denominadas de “O grande diálogo social”, uma forma de “socialização e pedagogia” sobre as medidas propostas, que vêm encontrando forte resistência por parte do setor financeiro e empresarial, e de suas marionetes na mídia.

De acordo com o presidente, a reforma da Previdência virá para melhorar as condições dos idosos, hoje em boa parte submetidos a um vexaminoso regime de administração/exploração privada. “Os senhores banqueiros não gostam de mim porque eu propus isso. Claro que não”, ironizou.

HORAS EXTRAS

O projeto de reforma trabalhista modificará as atuais regras impostas pela caduca “lei do neoliberalismo”. “Queremos que o dia termine às seis da tarde e não às dez da noite. Queremos que sábado e domingo sejam considerados dias de descanso. Por isso, ao trabalhar depois das seis, ou aos domingos, haverá pagamento de horas extras”, explicou.

O fato, declarou Petro, é que a Colômbia mantém relações tão abusivas e atrasadas que a colocam no último lugar da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) quanto à atenção aos trabalhadores.

Em apoio às medidas do governo, a Central Única dos Trabalhadores (CUT-Colômbia) denunciou a articulação feita pelo “grande empresariado, pelos bilionários e os políticos neoliberais para se contraporem a essas reformas, fazendo uma grande campanha na mídia e perante os congressistas para ver como as sabotam ou as tornam inócuas”. “É evidente que, a partir de nossa concepção democrática e da experiência derivada das manifestações, devemos recorrer à mobilização social, virtual e nas ruas, para remover essas armadilhas do neoliberalismo e fortalecer o governo para que sejam aprovadas”, concluiu a CUT.

Fonte: Papiro