Balão chinês foi localizado sobre o Estado de Montana | Vídeo

O Ministério das Relações Exteriores da China informou na sexta-feira (3) que o “balão” chinês que foi notado pelo Pentágono na véspera sobrevoando o território norte-americano trata-se de um dirigível civil usado para pesquisas científicas, que se desviou de seu curso devido aos ventos.

“O dirigível é da China. É um dirigível civil usado para fins de pesquisa, principalmente meteorológicas. Afetado pelos ventos de oeste e com capacidade limitada de autodireção, o dirigível se desviou muito de seu curso planejado. O lado chinês lamenta a entrada não intencional do dirigível no espaço aéreo dos EUA devido a força maior”, disse o ministério em um comunicado.

A porta-voz do MRE chinês, Mao Ning, disse que Pequim continuará se comunicando com o lado americano e lidará adequadamente com essa situação inesperada, enfatizando que a China “não tem intenção de violar o território e o espaço aéreo de qualquer país soberano” e pedindo calma enquanto os fatos são apurados.

Na quinta-feira (2), o Pentágono detectou um balão de vigilância de alta altitude – do tamanho de três ônibus – pairando sobre o Estado de Montana, especificando que o objeto estava viajando a uma altitude bem acima do tráfego aéreo comercial e não representava “nenhuma ameaça”.

O porta-voz do Pentágono, general Patrick Ryder, disse que Washington tinha “alta confiança” de que se tratava de um balão espião chinês. Ele acrescentou que foi decidido não abater o balão, que estaria em rota de voo que potencialmente o levaria a “locais sensíveis” dos EUA, para evitar ferir pessoas no solo.

O “balão chinês” recebeu grande destaque na mídia ocidental e serviu de pretexto para o governo Biden adiar a visita do secretário de Estado, Anthony Blinken, planejada para os dias 5 e 6 de janeiro, para outra data ‘mais propícia’.

ALARIDO AMERICANO

O jornal Global Times, porta-voz oficioso de Pequim, registrou que “antes de esclarecer os fatos, os militares e a mídia dos EUA acusaram a China de espionagem, e esse incidente elevou o recente exagero dos EUA sobre a ‘ameaça da China’ a um novo nível, mesmo sem estar apoiado por provas concretas”. Para analistas ouvidos pela publicação, esse alarido “é uma continuação de movimentos mais intensivos dos EUA para conter a China nos campos militar, tecnológico e diplomático e também em questões de preocupações centrais da China, incluindo Taiwan”.

Enquanto a comunidade internacional espera ver as duas maiores economias do mundo “aliviarem as tensões por meio de interações de alto nível para impulsionar o desenvolvimento global na era pós-pandêmica”, os EUA estão sendo instados a serem mais sinceros ao tomar medidas concretas para resolver problemas com a China, “em vez de fazer mais provocações”, registrou o GT e corroboraram analistas.

“Manter uma comunicação de alto nível contribui para melhorar as relações bilaterais, mas profundamente afetado por sua política interna, Washington tem enviado sinais totalmente caóticos”, disse ao GT Li Haidong, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Relações Exteriores da China. Ele contrastou “compromissos positivos” assumidos por Biden e “ações contínuas que colocam em risco ainda mais as relações, trazendo mais incertezas para Relações China-EUA”, .disse Li Haidong, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Relações Exteriores da China, ao Global Times.

Esta semana, enquanto se intensificava o alarde sobre ‘ a ameaça da China’, o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, foi à Coreia do Sul e às Filipinas, dois países vizinhos da China, para aumentar os exercícios militares e pressionar por mais bases no Sudeste Asiático.

Para o GT, além de aumentar sua presença militar em torno da China, os EUA também intensificaram os esforços” para estrangular a China no terreno da alta tecnologia, incluindo uma decisão de cessar as licenças de aprovação para empresas americanas exportarem a maioria dos itens para a gigante tecnológica chinesa Huawei e coagir a Holanda e o Japão a concordam em se juntar aos EUA para limitar as exportações de equipamentos avançados de fabricação de chips para a China”.

Fonte: Papiro