Bolsonaristas destruindo a Praça dos Três Poderes em Brasília | Foto: Marcelo Camargo/Agencia Brasil

Entidades do setor agropecuário brasileiro articulam uma nota conjunta para repudiar de forma unânime os atos terroristas realizados por bolsonaristas no último domingo (8), em Brasília.

O documento, que deve ser divulgado nos próximos dias, segundo reportagem do Valor Econômico, busca afastar a imagem do setor dos crimes cometidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que invadiram e depredaram as sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, destruindo e saqueando o patrimônio público. Segundo informações levadas ao governo, há suspeitas de que alguns empresários do agronegócio teriam financiado a ida destes terroristas para a capital federal.

A Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), afirmou que os atos “são inacreditáveis e inaceitáveis e precisam ser investigados a fundo de modo a encontrar e punir os verdadeiros culpados de forma que não paire sobre setores inocentes qualquer desconfiança”. Já União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) afirmou que “nada justifica” os atos de vandalismo e desrespeito institucional realizados no domingo e disse que “neste momento, o Brasil precisa de comprometimento, não só de seu povo, mas de todos os setores da economia para garantirmos a estabilidade do país e o seu bem comum”.

A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) considerou “inadmissíveis quaisquer ações de violência e vandalismo contra o Estado Democrático”. Por outro lado, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) cobrou punição aos envolvidos. Em uma rede social a entidade “repudiou as manifestações violentas que culminaram em vandalismo e falou da urgência em identificar os criminosos para puni-los com rigor legal”.

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) destacou que “o agronegócio sério atua em harmonia com a sustentabilidade e não apoia – e, muito menos, estimula – atos de violência, como os registrados nos Três Poderes”, disse ao repudiar os atos de terrorismo.

“Atos violentos são criminosos e devem ser punidos com todo o rigor da lei”, defendeu a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), destacando que a “convicção de toda a agroindústria produtora de alimentos” está “na preservação do Estado Democrático”.

“A Democracia e as instituições democráticas são o maior bem da sociedade”, lembrou A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau afirmando que “não é admissível que uma minoria se sinta no direito de atentar contra o Estado Democrático e o governo legitimamente constituído”.

A Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) reafirmou apoio a “toda manifestação pacífica, ordeira e dentro dos princípios democráticos”, mas que “atos de depredação jamais terão o aval do segmento”.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) defendeu “a necessidade de apuração rigorosa dos fatos e punição dos envolvidos” e se posicionou “contra as declarações que associam o agronegócio às invasões ocorridas em Brasília”. “Historicamente os produtores rurais manifestam-se de forma pacífica e jamais com atos de quebradeira”, disse a entidade, reforçando que “não se silenciará diante de ataques aos produtores”.

Na mesma linha, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) disse “prezar pelo cumprimento das leis e da constituição” e defendeu “a liberdade de pensamento e a manifestação pacífica, mas não concorda com invasão e depredação de propriedade”. A entidade destacou, ainda, a “importância do agro brasileiro no desenvolvimento do Brasil” e afirmou que “declarações que atribuam ao setor participação nos ataques são descabidas e não retratam a real importância do segmento”.

A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) disse ser “descabida, ilegal e inaceitável a ação de movimentos de invasões e vandalismo, assim como não se deve fazer declarações precipitadas seja pelo setor privado ou público”. A Abag afirmou, também, aque “o agronegócio é defensor de soluções que levem à paz”.

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