Trabalhadores de enfermagem param em NY por reposição salarial
Milhares de enfermeiros em dois dos principais hospitais da cidade de Nova York entraram em greve, nesta segunda-feira (9), depois que negociações sobre aumentos salariais e condições de trabalho em equipe estagnaram, um movimento que levou as unidades a adiar procedimentos e consultas.
A paralisação envolve mais de 7 mil enfermeiros do Montefiore Medical Center, no Bronx, e do Mount Sinai Hospital, em Manhattan, informou a Associação de Enfermeiros do Estado de Nova York (NYSNA).
“Depois de negociar até tarde da noite no Montefiore e no Mount Sinai Hospital ontem, nenhum acordo provisório foi alcançado. Hoje, mais de 7 mil enfermeiros nos dois hospitais estão em greve por contratos justos que melhorem o atendimento ao paciente”, expressou a Associação em comunicado, na segunda-feira.
“Esses enfermeiros são profissionais dedicados que fornecem atendimento de qualidade aos pacientes em condições inimagináveis”, disse o presidente da Federação Americana do Trabalho e Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO, na sigla em inglês) do Estado de Nova York, Mario Cilento.
“O tratamento dispensado pelos hospitais a esses enfermeiros é a prova de que todas as suas palavras de adulação por seus heróis da saúde durante a pandemia foram vazias”, afirmou.
Desde o início das negociações contratuais, há quatro meses, o sindicato conseguiu fechar acordos ou novos contratos para enfermeiros em sete outros hospitais da cidade de Nova York.
Centenas de enfermeiros e apoiadores reuniram-se em manifestação em frente ao Monte Sinai na manhã de segunda-feira, ocupando dois quarteirões da cidade. O protesto se espalhou pela rua, às vezes bloqueando o tráfego. Os caminhoneiros que passavam buzinavam em apoio.
“Como enfermeiros, nossa principal preocupação é a segurança do paciente”, disse a presidente da NYSNA, Nancy Hagans, em comunicado. “E, no entanto, os enfermeiros … são forçados a trabalhar com falta de pessoal, esticados até o limite e, às vezes, um enfermeiro é responsável por 20 pacientes no departamento de emergência. Isso não é seguro para os enfermeiros nem para nossos pacientes”, assinalou.
“Ir ao hospital para obter os cuidados de que você precisa não está cruzando nossa linha de ataque. Os pacientes devem procurar atendimento hospitalar imediatamente se precisarem”, afirmou. “Preferimos ser os únicos a fornecer esse cuidado, mas nossos chefes nos pressionaram a ficar aqui”, concluiu.
“Para todos os nossos pacientes, para todos os nova-iorquinos, queremos ser absolutamente claros: se você estiver doente, não demore para receber atendimento médico, independentemente de estarmos em greve. Na verdade, convidamos você a se juntar a nós na linha de luta depois de receber os cuidados de que precisa. Estamos aqui para que possamos oferecer um melhor atendimento ao paciente!”, afirma em nota a Associação.
Na noite de domingo, a governadora de Nova York, Kathy Hochul, pediu à administração e ao sindicato que concordassem com a arbitragem obrigatória como forma de evitar a greve.
“Não vamos desistir de nossa luta para garantir que nossos pacientes tenham enfermeiros suficientes à beira do leito”, disse o sindicato em resposta à sugestão de arbitragem de Hochul.
Papiro (BL)