Para o presidente boliviano é hora de investir na industrialização do lítio (ABI)

Diante de uma desaceleração econômica global, nossa economia boliviana está se fortalecendo. Em 2022, a arrecadação tributária do mercado interno cresceu 17%, em relação a 2021, atingindo 32,239 bilhões de bolivianos (US$ 4,66 bilhões). Com trabalho e esforço, a Bolívia volta ao caminho do crescimento”, comemorou o presidente Luis Arce pelas redes sociais nesta terça-feira (17).

Conforme o Ministério da Economia e Finanças Públicas, como a arrecadação de impostos se destina a cobrir todas as responsabilidades do governo central e as necessidades de gastos dos municípios, províncias e universidades públicas, o aumento no aporte está sendo traduzido em avanços na melhoria de vida da população.

O expressivo crescimento deste indicador, com pouco mais de dois anos da retomada de governo pelo Movimento Ao Socialismo (MAS), é mais um sinal de que a economia boliviana continua dinamizada em função das políticas de reconstrução apontadas pelo Modelo Econômico-Social Comunitário e Produtivo (MESCP), que rompe com a lógica do neoliberalismo, de submissão às transnacionais e ao mercado financeiro.

O presidente estampou as diferenças abissais entre o vigente em seu governo, assim como no de Evo Morales, de quem foi ministro da Economia. São governos que priorizam o desenvolvimento e a geração de renda, em contraposição aos trágicos anos de Jeanine Áñez, guiado por uma lógica voltada ao mercado externo e à entrega dos recursos bolivianos.

Como faz questão de esclarecer Arce, a camisa-de-força da dependência impõe sempre um modelo primário-exportador, guiado pelo lema “Exportar ou morrer”. “Esse é o jargão típico dos políticos que implantaram o modelo neoliberal em nosso país e nós dizemos o contrário: tem que ser um país assentado em um modelo industrializador e que vá em busca do fortalecimento do mercado interno”, acrescentou.

“O mercado interno somos nós. Quem é mais interessado do que nós em melhorar nosso consumo e nossa qualidade de vida? Não há outros mais interessados do que nós mesmos e por isso apontamos que em nosso modelo tem que haver, necessariamente, a participação do consumidor nacional e da industrialização”, sintetizou.

LÍTIO

Uma das demonstrações deste avanço, exemplificou o presidente, é a aceleração na reativação da industrialização do lítio e a construção e pronta entrada em operação da Planta Industrial de Carbonato de Lítio. Daí a razão de que em 2022 o país sul-americano ter alcançado um “recorde histórico” de receitas, que chegaram a 555 milhões de bolivianos (mais de US$ 80 milhões), com a venda de carbonato de lítio e cloreto de potássio.

Entre outras propriedades, o lítio apresenta diversos tipos de uso o lítio é utilizado desde aplicações industriais como fabricação de baterias, formação de ligas metálicas e fabricação de cerâmicas e vidros com alta resistência ao calor até a produção de medicamentos psiquiátricos e marcapassos cardíacos.

Em pouco tempo, a Bolívia avançará ainda mais na produção e exportação deste nobre produto, com a entrada em operação da Planta Industrial de Carbonato de Lítio, cuja construção está quase 90% concluída, informou o vice-ministro de Altas Tecnologias Energéticas, Álvaro Arnez.

Papiro (BL)