Zelensky rejeita trégua da Rússia e ataca Donbass no Natal Ortodoxo
As forças da Ucrânia desrespeitaram o cessar-fogo de Natal anunciado pelo presidente russo, Vladimir Putin, menos de um minuto depois de entrar em vigor, ao bombardear uma área residencial na cidade de Donetsk com seis projéteis de 155 mm.
O chefe do regime de Kiev, Volodymyr Zelensky, já havia rechaçado a trégua, declarando-a um “estratagema” russo “para continuar a guerra com vigor renovado”, e instando à derrubada de Putin.
A trégua – que está sendo respeitada pelos russos – vai do meio-dia de 6 de janeiro até a meia-noite de 7 de janeiro. Conforme declaração do Kremlin, “pedimos ao lado ucraniano que proclame o fim das hostilidades e dê a eles [cristãos ortodoxos] a oportunidade de comparecer aos cultos na véspera e no dia de Natal”.
A igreja ortodoxa comemora o Natal no dia 7 de janeiro, pelo calendário Justiniano, que tem uma diferença de 13 dias em relação ao calendário gregoriano, em que a data é comemorada em 25 de dezembro.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, aprovou a ideia de um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia no dia de Natal, disse seu porta-voz, Stéphane Dujarric. “O Natal é um período sagrado para russos e ucranianos. A possibilidade de observar a cessação de todas as hostilidades neste período sagrado é sempre bem-vinda pelo Secretário-Geral”.
O anúncio da trégua de 36 horas foi feito por Putin horas após apelo nesse sentido do Patriarca Kirill, o principal líder religioso ortodoxo russo, bem como do presidente turco Recep Tayyp Erdogan, com quem conversou pela manhã.
Em abril do ano passado, sob mediação turca, russos e ucranianos estiveram perto de um acordo, do qual Zelensky se afastou após súbita visita do então primeiro-ministro inglês Boris Johnson, com instruções de manter a guerra.
Já o chefe da Casa Branca, Joe Biden, se pronunciou contra a trégua, atribuindo à Rússia suposta urgência em obter “um pouco de oxigênio”. O que levou o embaixador russo em Washington, Anatoly Antonov, a chamar tal ‘comentário’ como mais uma prova da intenção dos EUA de lutar contra a Rússia “até o último ucraniano” e que “o destino da Ucrânia não incomoda os americanos em nada”.
Outros sabujos que integram a trupe de Zelensky, igualmente descartaram a trégua do Natal ortodoxo. O chefe do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Alexey Danilov, classificou-a como “hipocrisia”, enquanto prometia a Moscou que Kiev “irá morder você no silêncio cantante da noite ucraniana”.
“Não pode e não deve ser levada a sério, asseverou o russófobo ministro das Relações Exteriores, Dmitry Kuleba, enquanto o conselheiro de Zelensky, Mikhail Podoliak, chamou a trégua de “armadilha cínica e propaganda”.
Como “presente de natal” ao regime instaurado pela CIA na Ucrânia no golpe de 2014, Washington anunciou o envio de 50 blindados Bradley, sendo imitado pelo premiê alemão Olaf Scholz, com 30 veículos Mauder, e com presidente francês Macron anunciando a entrega de um número não divulgado de “velhos mais bons”AMX-10.
Segundo dados do Centro Conjunto de Controle e Coordenação (JCCC), que monitora ataques ao Donbass, desde fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou sua operação para desnazificar e desmilitarizar a Ucrânia, os ataques do regime de Kiev mataram 4.405 civis na República Popular de Donetsk e 169 em Lugansk.
Papiro (BL)