Lupi defende seguridade e assistência como instrumentos de desenvolvimento
Ao tomar posse nessa terça-feira (4), o ministro da Previdência, Carlos Lupi, tratou de algumas das principais perdas impostas pelo governo Bolsonaro à classe trabalhadora, enfatizando a intenção de rever a reforma da Previdência e de zerar a fila do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), que hoje, segundo o próprio ministro, gira em torno de 1,3 milhão de pessoas que buscam obter pensão ou aposentadoria.
“Não me conformo em ver a humilhação que aposentados e pensionistas estão passando”, disse Lupi sobre os brasileiros que aguardam o direito aos benefícios.
Para enfrentar o problema, o ministro afirmou que deverá elaborar uma proposta de concessão de bônus a servidores do órgão que sejam mais produtivos na análise dos processos. Além disso, deverá ser feito um mutirão em conjunto com governadores e prefeitos.
Ele também defendeu que os beneficiários do INSS devem ser tratados com respeito e dignidade e apontou que seguridade e assistência social não são entraves, mas instrumentos para o desenvolvimento.
No que diz respeito à reforma da Previdência, que mudou as regras de aposentadoria reduzindo benefícios e aumentando o tempo de contribuição em prejuízo dos trabalhadores e trabalhadoras, Lupi informou o objetivo de formar uma comissão com representantes do governo, de sindicatos de empregadores, de trabalhadores e de aposentados para analisar com profundidade tais regras.
Além disso, Lupi defendeu a regionalização das regras de aposentadoria, baseadas na expectativa de vida de cada região do país. Ainda não há prazo para a formulação de proposta neste sentido.
O ministro apontou ainda, entre suas prioridades, dar transparência aos dados mensais de aposentadorias, beneficiados, pedidos e demandas não atendidas; criar cartão de identidade nacional única para aposentados e revisar a cobrança de juros de aposentados e pensionistas que recebem crédito consignado.
Lupi também disse que Lula é uma “espécie rara na política mundial” e que o petista e o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela são os únicos a “sair das profundezas da injustiça e chegar de volta ao poder pelo voto popular”.