Justiça proíbe Eduardo Bolsonaro de usar música “Roda Viva”, de Chico Buarque, em suas redes
A Justiça do Rio de Janeiro determinou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) retire imediatamente a música “Roda Viva”, de Chico Buarque, de uma publicação feita em seu perfil no Instagram.
O filho de Bolsonaro usou a música de Chico, sem autorização, num post dizendo que havia censura aos políticos e jornalistas que apoiam seu pai.
Na defesa, Chico Buarque alega que “Roda Viva” faz referência à falta de direitos civis causadas pela ditadura militar. “Não há dúvidas, portanto, da contrariedade de Chico Buarque à Ditadura Militar e suas bases, bradadas e defendidas ainda atualmente pelo grupo político do qual o Réu faz parte”, defendeu o advogado João Tancredo na ação.
O advogado citou, ainda, as “diversas manifestações desse grupo político na defesa direta da ditadura militar” e mencionou “posições” públicas de Eduardo sobre “o AI-5 e seu retorno”. “E já ironizou tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão durante a ditadura”, acrescentou a defesa.
Vale destacar que o AI-5 foi editado em 1968, sendo o período mais duro da ditadura militar, em que foi determinado o fechamento imediato do Congresso Nacional e das assembleias legislativas estaduais. Em 2019, Eduardo sugeriu um “novo AI-5” para conter a esquerda no país.
O juiz Fernando Rocha Lovisi, do 6º Juizado Especial Cível do Rio de Janeiro acatou o pedido da defesa na sexta-feira, 16. O descumprimento da determinação acarretará em multa diária no valor de R$ 1 mil.
Essa não é a primeira vez que Chico Buarque contestou a publicação de Eduardo Bolsonaro. Anteriormente, o pedido foi indeferido pela juíza substituta Monica Ribeiro Teixeira sob a alegação de que não havia comprovação de que “Roda Viva” fosse de autoria do músico.
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(BL)