Foto: Cláudio Kbene

As centrais sindicais e os principais sindicatos de trabalhadores do país se reuniram com o presidente Lula nesta quinta-feira (1), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, para dar o pontapé inicial na discussão sobre o restabelecimento dos direitos trabalhistas, que foram subtraídos na era Bolsonaro.

As centrais reforçaram a ideia de que o Trabalho e a Previdência Social, hoje partes de um mesmo ministério, voltem a ser desmembrados.

Na avaliação do ex-deputado Assis Melo, presidente da Fitmetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil), Lula reafirmou os compromissos assumidos na campanha eleitoral de 2022. “Para os trabalhadores e para as centrais, o recado que fica é que vai ser um governo de diálogo”.

Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores) considerou a reunião “muito boa” e ressaltou que “alguns temas trabalhistas terão de ser repactuados com o Congresso Nacional”, como o contrato de trabalho intermitente (o trabalhador fica à disposição do patrão, mas só recebe pelas horas ‘trabalhadas’) e as rescisões de contrato. Para o dirigente, as rescisões devem voltar a ser homologadas pelos sindicatos, evitando ‘erros’ nas contas que prejudicam o trabalhador.

João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário geral da Força Sindical, disse que “a ideia é uma mesa de negociação tripartite, com a participação de empresários, governo e sindicalistas, e tem o objetivo de rever legislações consideradas prejudiciais aos trabalhadores”.

Segundo Moisés Selerge, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Lula confirmou a recomposição do salário mínimo, “um compromisso dele com os trabalhadores”.

Lula anunciou também na reunião que seu governo vai corrigir a tabela do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física).

Para Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), “a classe trabalhadora foi severamente atacada com as reformas dos governos Temer e Bolsonaro. Dizer que não queremos a garantia da sustentação material das entidades é repetir a cantilena do mercado e dos empresários, que trabalham para quebrar a espinha dorsal do movimento sindical”.

Juruna, afirmou a necessidade de uma alteração legislativa “para permitir que as categorias definam uma forma de financiamento dos sindicatos”.

Após a reunião, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, declarou: “Nós deixamos claro que não queremos o imposto sindical. Os sindicatos defendem o não retorno do imposto sindical. O que queremos é que os trabalhadores decidam de forma livre o financiamento dos seus sindicatos”.

“Será preciso convencer os Deputados de que as finanças dos sindicatos serão decididas pelos trabalhadores em assembleia soberanas”, afirmou Lula em nota do PT.

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(BL)