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Palavra chinesa equivalente a astronauta, os taikonautas da espaçonave Shenzhou-14 retornaram com segurança à Terra domingo (4), na área de pouso de Dongfeng, no deserto de Gobi, na Região Autônoma da Mongólia Interior, onde foram recebidos com festa e alegria.

Completamente exitoso, o desembarque demorou nove horas e consistiu em cinco etapas, incluindo o desacoplamento da recém-concluída estação espacial Tiangong, a manobra de frenagem, a reentrada na atmosfera e a desaceleração antes do pouso.

O retorno seguro marcou o fim de uma missão de seis meses durante a qual os astronautas Chen Dong, Liu Yang – a primeira mulher chinesa a ir ao espaço, em 2012 – e Cai Xuzhe supervisionaram a chegada do segundo e terceiro módulos para a finalização da Tiangong e realizaram três caminhadas espaciais para verificar e testar as novas instalações.

A atual configuração da estação espacial conta com três naves espaciais e três módulos e constitui a maior estrutura da Estação Espacial da China até hoje, com uma massa total de quase 100 toneladas, a 400 quilômetros acima do solo da Terra. Foi nela que se reuniram seis taikonautas, comemorando a conclusão das 11 missões programadas dentro do prazo de 20 meses.

A “reunião histórica em Tiangong” dos seis foi registrada como uma demonstração de que a Estação Espacial “pertence à China e ao mundo”. Fotos da confraternização no espaço e mensagens de “Viva a Pátria” cobriram as redes sociais, sublinhando o papel dado ao investimento e que o país se tornou uma potência na área.

MISSÃO PRECURSORA

Esta missão de retorno foi precursora, “após a conclusão da montagem da estrutura básica em forma de T da Estação Espacial da China, a primeira após a reunião de seis taikonautas na estação espacial, e também a primeira que ocorreu na noite de inverno no local de Dongfeng”, assinalou Peng Huakang, responsável pela equipe de recuperação de espaçonaves tripuladas da China Academy of Spacecraf Technology (CAST).

Além dos itens pessoais, a “bagagem” dos três taikonautas incluiu um lote de amostras de experimentos de ciências médicas, principalmente fluidos corporais – como sangue, urina e saliva – que permitirão a pesquisa para entender mais plenamente as mudanças dentro do corpo humano durante sua vida no espaço.

Segundo Li Yinghui, pesquisador do sistema de treinamento de astronautas chinês, com os resultados obtidos será possível estudar a adaptabilidade humana ao meio ambiente com profundidade, no nível de células, moléculas e genes, permitindo que o país tenha o seu próprio banco de recursos genéticos para adaptação ambiental em órbita.

Para levar adiante o projeto, a China assinou acordos com mais de uma dezena de países para realizar experimentos espaciais na Estação Espacial, e esta é a primeira vez que se dá em trabalhos de busca e salvamento em Dongfeng, relatou Bian, que também é engenheiro sênior do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, na província de Gansu.

O comandante da missão, Chen Dong, se tornou o primeiro taikonauta a trabalhar e viver em órbita por mais de 200 dias durante a missão Shenzhou-14, que durou mais de 183 dias. Dong trabalhou anteriormente em órbita por 33 dias durante a missão Shenzhou-11, em 2016.

A construção da estação espacial de três módulos foi iniciada com o lançamento do módulo central Tianhe – os principais alojamentos – em abril de 2021. Depois disso, foram realizados todos os 11 lançamentos – três para megamódulos de estação espacial, quatro para espaçonaves tripuladas Shenzhou e quatro para espaçonaves de carga Tianzhou.

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(BL)