Trabalhadora inspeciona placas de circuito integrado na China (Qilai Shen-Bloomberg)

A China processou os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta segunda-feira (12) devido a barreiras ilegais impostas para bloquear vendas de chips de computador avançados e equipamentos de fabricação de chips para empresas chinesas. Na prática, alertaram os chineses, o falso pretexto norte-americano de “segurança” representa grave ameaça à estabilidade da cadeia global de suprimentos.

A lei de ‘financiamento de chips’ lançada pelos norte-americanos em julho injeta US$ 52,7 bilhões à fabricação doméstica de chips e restringe o desenvolvimento de semicondutores da China por meio de barreiras e proibições.

Em 7 de outubro, a situação ficou ainda mais restrita, com o governo de Joe Biden utilizando-se de um conjunto abrangente de controles de exportação para o país asiático. As regras também restringem a capacidade de cidadãos americanos ou portadores de green card de apoiar o “desenvolvimento ou produção” de chips em certas instalações de fabricação na China.

“Os EUA generalizaram repetidamente o conceito de segurança nacional nos últimos anos, abusaram das medidas de controle de exportação e impediram o comércio internacional normal de chips e outros produtos”, contestou um porta-voz do Ministério do Comércio da China (Mofcom).

De acordo com os chineses, o processo na OMC tem o intuito de defender seus direitos e interesses legítimos por meios legais e fazer com que os EUA parem de interromper o comércio de produtos de alta tecnologia, incluindo os chips.

Os semicondutores são o quarto produto mais comercializado no mundo, depois do petróleo bruto, o petróleo refinado e os carros, conforme o Boston Consulting Group. Sua cadeia de suprimentos se espraia pelo planeta, com empresas chinesas e americanas profundamente integradas.

Na semana passada, a OMC já havia se pronunciado em relação às tarifas dos EUA de 2018 sobre as importações de aço e alumínio, afirmando que violavam as regras comerciais globais.

Em março de 2018, o então presidente dos EUA, Donald Trump, impôs tarifas de 25% sobre as importações de aço e 10% sobre as importações de alumínio, alegando da mesma forma “preocupações com a segurança nacional”. Na oportunidade, vários países, incluindo a China, apresentaram reclamações à OMC sobre a decisão.

“A China aplaudiu a decisão objetiva e justa de um painel de especialistas da OMC”, declarou o Ministério do Comércio da China no sábado (10), condenando aqueles que se utilizam do “unilateralismo e do protecionismo” como contra a economia soberana do conjunto dos países e povos.

Papiro

(BL)