Operação da Polícia Federal revela lado terrorista do bolsonarismo
A operação deflagrada nesta quinta-feira (15) pela Polícia Federal, com base em 103 mandados de prisão, busca e apreensão, mostrou que apoiadores de Jair Bolsonaro vão além de cobrar intervenção militar – o que já é, por si só, inconstitucional. O bolsonarismo se assemelha cada vez mais a uma rede terrorista difusa, com táticas de desinformação e violência.
Desta vez, a ação da PF, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teve como alvos principais três grupos envolvidos na organização de atos golpistas. A investigação já conta com dados de diversos órgãos estaduais e, por isso, culminou em mandados em oito estados e no Distrito Federal.
Segundo o G1, a PF divide os suspeitos em três grupos: 1) líderes, organizadores, financiadores e fornecedores de apoio logístico e estrutural; 2) proprietários e condutores de caminhões que participaram das manifestações e atos antidemocráticos; 3) proprietários e condutores de veículos empregados para prestar apoio, auxílio logístico ou estrutural aos referidos atos, como transporte de pneus a serem queimados, estrutura para barracas e transporte de banheiros químicos.
Um dos estados onde a investigação mais avançou é o Espírito Santo. O STF determinou que dois deputados estaduais capixabas, Carlos Von (DC) e Capitão Assunção (PL), usem tornozeleira eletrônica e não se pronunciem por meio de redes sociais, entrevistas ou eventos sociais. Do contrário, pagarão multa de R$ 20 mil por dia. Já o jornalista Jackson Rangel foi preso. Há outros três mandados de prisão no estado, incluindo um pastor, Fabiano Vieira.
A PF também divulgou que, entre os investigados estão nomes como Adaviso Azevedo da Silva, Analady Carceiro e Rafael Yonekubo no Mato Grosso, além de Juliana Gaioso Pontes, Sirlei Faustino Ratier e Waldeli dos Santos no Mato Grosso do Sul. Em Santa Catarina, num dos locais onde a Polícia Federal cumpriu mandado de busca a apreensão, foram encontradas submetralhadora, fuzil, rifles com luneta e munições, num total de 11 armas. A conclusão da Polícia Federal é que o uso dessas armas, somado a bloqueios de rodovias com pneus queimados e outras ações golpistas, configura uma rede terrorista.