Covid: “Não é aceitável que a gente tenha tantos casos”, critica Nésio
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nésio Fernandes, afirmou que o país segue sendo prejudicado pela “omissão e respostas lentas” do governo Jair Bolsonaro (PL) em relação à Covid-19, que vem apresentando um novo pico de contaminações no Brasil.
“Não é aceitável que a gente tenha tantos casos. Não podemos tomar como parâmetro de risco as primeiras ondas. Se fizermos isso, vamos naturalizar 100 óbitos por dia para uma doença que já tem vacina”, afirma.
Nésio, que é secretário estadual de Saúde no Espírito Santo, lista o que vê como o conjunto de falhas atuais do Ministério da Saúde: a incorporação tímida de medicamentos eficazes (Paxlovid, Baracetinibe), abandono da divulgação da vacinação e falta de doses, e silêncio a respeito de medidas restritivas.
“No Espírito Santo, recebi medicamentos para 800 pessoas. Como distribuo numa situação como a atual? Preciso ter Paxlovid em todos os pontos de testagem. Uma pessoa idosa tem que receber no momento de avaliação do quadro, não pode ter que passar por mais uma rota de transporte”, diz Fernandes.
“No caso da cloroquina, houve a decisão de comprar milhões e entupir. Agora que temos o Paxlovid, não temos o medicamento amplamente distribuído”, completa, lembrando das recomendações do governo federal de remédios sem eficácia contra a Covid-19.
O secretário considera que o Ministério da Saúde, comandado por Marcelo Queiroga, não pode ter o papel de somente emitir notas técnicas, deixando novamente estados e municípios à frente da estratégia de enfrentamento.
“Estamos falando de muitos temas a serem abordados, sobre os quais existe uma omissão no debate nacional. Quando a autoridade nacional não opina, cada um escolhe a opinião que quer e ninguém diz qual é a opinião institucional”, afirma Fernandes.
Ele aponta que a aplicação de vacinas caiu drasticamente neste ano. Em 2021, 340,5 milhões de doses foram aplicadas. Em 2022, apenas 149,7 milhões. Segundo Fernandes, isso se deve, entre outros fatores, à omissão do governo federal no incentivo à vacinação e na propagação de mensagens contra os imunizantes por lideranças como o próprio Bolsonaro.
“Tivemos em outubro, no Espírito Santo, seis óbitos. Uma pessoa que se vacinou há mais de 400 dias e cinco que não se vacinaram. Imagine como estaríamos hoje com 95% da população com o esquema atualizado?”, questiona.
Segundo o presidente do Conass, serão exceções os governantes que vão apresentar determinações mais rigorosas agora, como a obrigatoriedade do uso de máscaras. Para ele, “estão todos cansados da polarização e da pandemia, existe um desgaste das convicções que mobilizaram com vigor estados e municípios durante os piores momentos da pandemia”.
Diante desse cenário, diz, a energia tem que ser concentrada no reforço da necessidade do uso de máscaras, testagem e tratamento.
“Não podemos naturalizar 100 óbitos por dia para uma doença que já tem vacina”, critica Nésio Fernandes
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nésio Fernandes, afirmou que o país segue sendo prejudicado pela “omissão e respostas lentas” do governo Jair Bolsonaro (PL) em relação à Covid-19, que vem apresentando um novo pico de contaminações no Brasil.
“Não é aceitável que a gente tenha tantos casos. Não podemos tomar como parâmetro de risco as primeiras ondas. Se fizermos isso, vamos naturalizar 100 óbitos por dia para uma doença que já tem vacina”, afirma.
Nésio, que é secretário estadual de Saúde no Espírito Santo, lista o que vê como o conjunto de falhas atuais do Ministério da Saúde: a incorporação tímida de medicamentos eficazes (Paxlovid, Baracetinibe), abandono da divulgação da vacinação e falta de doses, e silêncio a respeito de medidas restritivas.
“No Espírito Santo, recebi medicamentos para 800 pessoas. Como distribuo numa situação como a atual? Preciso ter Paxlovid em todos os pontos de testagem. Uma pessoa idosa tem que receber no momento de avaliação do quadro, não pode ter que passar por mais uma rota de transporte”, diz Fernandes.
“No caso da cloroquina, houve a decisão de comprar milhões e entupir. Agora que temos o Paxlovid, não temos o medicamento amplamente distribuído”, completa, lembrando das recomendações do governo federal de remédios sem eficácia contra a Covid-19.
O secretário considera que o Ministério da Saúde, comandado por Marcelo Queiroga, não pode ter o papel de somente emitir notas técnicas, deixando novamente estados e municípios à frente da estratégia de enfrentamento.
“Estamos falando de muitos temas a serem abordados, sobre os quais existe uma omissão no debate nacional. Quando a autoridade nacional não opina, cada um escolhe a opinião que quer e ninguém diz qual é a opinião institucional”, afirma Fernandes.
Ele aponta que a aplicação de vacinas caiu drasticamente neste ano. Em 2021, 340,5 milhões de doses foram aplicadas. Em 2022, apenas 149,7 milhões. Segundo Fernandes, isso se deve, entre outros fatores, à omissão do governo federal no incentivo à vacinação e na propagação de mensagens contra os imunizantes por lideranças como o próprio Bolsonaro.
“Tivemos em outubro, no Espírito Santo, seis óbitos. Uma pessoa que se vacinou há mais de 400 dias e cinco que não se vacinaram. Imagine como estaríamos hoje com 95% da população com o esquema atualizado?”, questiona.
Segundo o presidente do Conass, serão exceções os governantes que vão apresentar determinações mais rigorosas agora, como a obrigatoriedade do uso de máscaras. Para ele, “estão todos cansados da polarização e da pandemia, existe um desgaste das convicções que mobilizaram com vigor estados e municípios durante os piores momentos da pandemia”.
Diante desse cenário, diz, a energia tem que ser concentrada no reforço da necessidade do uso de máscaras, testagem e tratamento.
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(BL)