TCU/divulgação

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, disse nesta quarta-feira (9) não acreditar que as Forças Armadas possam divergir da ciência e da técnica usadas pelos auditores do órgão na verificação de urnas.

“Os auditores do TCU seguem um trabalho sério, estabelecido em manuais e padrões internacionais. Quem desejar dizer o contrário, terá de dizer que manuais e padrões segue. Nós temos convicção em assegurar que o que os nossos auditores dizem é consistente tecnicamente”, afirmou Dantas.

O relatório do Ministério da Defesa sobre o processo eletrônico de votação foi apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quarta. No documento, a Defesa não aponta irregularidades concretas no processo eleitoral, limita-se a dizer que “pode” haver vulnerabilidades.

Dantas defendeu a fiscalização feita pelo TCU nos dois turnos das eleições, que não encontrou nenhuma inconsistência no processo.

Sobre o relatório da Defesa, avaliou: “Precisamos ver o que vem (no relatório das Forças Armadas). Não acredito que alguém vá divergir da ciência e da técnica a essa altura”.

Dantas fez longa defesa da auditoria do TCU. Ele lembrou que 100% dos técnicos do tribunal são servidores de carreira, portanto com estabilidade que impede ameaças externas ou demissões sem extenso processo legal.

“Isso (autonomia do TCU) nos dá exatamente por lei a autoridade para dizer que os relatórios assinados pelos auditores do Tribunal de Contas da União são sérios. Posso afirmar que as eleições brasileiras são auditáveis e traduziram aquilo que foi a expressão do voto popular, porque nós tivemos a chance de verificar, em todas as etapas, a seriedade da apuração feita pelo Tribunal Superior Eleitoral”, disse o ministro.

Ele também explicou que o TCU seguiu padrões internacionais de auditoria e desenvolveu um modelo estatístico, a partir do qual foi estabelecido o número de urnas que deveriam ser auditadas para se ter amostra representativa do universo nacional.

Os técnicos da Corte analisaram 4.161 urnas eletrônicas. O TCU sorteou as urnas eletrônicas a serem checadas, a fim de evitar alegações de que o TSE poderia manipular os aparelhos após saber quais seriam os auditados.

Uma vez feito o sorteio, após as eleições e a divulgação dos resultados, o tribunal requisitou os boletins de urna, que chegaram em papel. Os técnicos digitalizaram esses documentos, criando uma base própria de boletins de urna, que informam quantos votos cada candidato teve, além de trazer a assinatura do presidente da sessão eleitoral, mesários e fiscais.

A partir daí, o TCU comparou esse “documento cru” com o resultado divulgado pelo TSE. Como cada urna reúne um sem-número de votos, foram realizadas 5,8 milhões de verificações e nenhuma divergência foi encontrada.

Há meses, Jair Bolsonaro (PL) aponta suspeitas, sem apresentar provas, sobre a segurança das urnas eletrônicas e tenta envolver as Forças Armadas em sua insanidade.

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(BL)