Centro localizado em Dover, com 700 imigrantes, foi alvo do ataque que feriu dois seguranças (Reuters)

Após atacar com bombas incendiárias o centro de imigração de Dover, no sudeste da Inglaterra, um terrorista identificado como Andrew Leak, de 66 anos, se suicidou. De acordo com a polícia, os dois ou três coquetéis junto com fogos de artifício lançados no domingo (30) expressaram “alguma forma de queixa cheia de ódio” contra pessoas frágeis e inocentes.

Protegidos pelo cordão de isolamento montado pelo Serviço de Salvamento, os cerca de 700 migrantes foram transferidos de Dover para o centro de Manston, onde as absurdas condições de superlotação já têm sido duramente criticadas por organizações de direitos humanos e pelos inspetores do próprio governo.

Para a parlamentar Yvette Cooper, do Partido Trabalhista Inglês, “é muito sério que a extrema-direita tenha impulsionado este ataque”. “Continuo preocupada que tenha demorado tanto para a polícia antiterrorista assumir a liderança neste caso. Deve haver maior vigilância sobre potenciais ataques terroristas ou extremistas”, sublinhou.

Conforme o chefe da Polícia Antiterrorista do Sudeste, Ch Supt Olly Wright, não havia nada que sugerisse que o homem estivesse acompanhado por outra pessoa e que, por isso, não acreditava em riscos de desdobramentos. “Entendemos que quando a polícia antiterrorista se envolve, pode ser preocupante para algumas pessoas, mas gostaríamos de assegurar que não há nada que sugira uma maior ameaça neste momento”, frisou. Para Wright, “o que parece claro é que essa ofensa desprezível foi dirigida e provavelmente motivada por alguma forma de ódio, mas não é possível limitar o terrorismo”.

Natural da cidade inglesa de High Wycombe, Andrew Leak está tendo todas as suas contas na internet investigadas. Surgiram informações de que o terrorista tenha postado sentimentos anti-muçulmanos no Facebook em uma conta sob o nome de Andy Leak. Nela, reclamava por estar sendo penalizado pelo governo, pois enquanto não conseguia trabalho, outros que não falavam nem escreviam em inglês viviam sendo beneficiados.

Um fotógrafo da agência de notícias Reuters testemunhou e relatou o incidente no qual dois trabalhadores do centro de imigração sofreram doenças leves.

Durante discurso na Câmara dos Comuns nesta segunda feira (7), a ministra do Interior, Suella Braverman, apontou como “chocante” o crime praticado, reiterou que o centro de imigrantes está em pleno funcionamento e que uma revisão na sua segurança precisa ser realizada.

Papiro (BL)