Coluna de tanques russos atravessa o rio Dnieper que banha Kherson (Defense Express)

“Unidades russas já ocupam as linhas e posições defensivas preparadas. Nenhuma perda de pessoal, armas, veículos ou material das forças russas foi permitida”, afirmou nesta sexta-feira (11) o Ministério da Defesa da Rússia, comunicando o êxito da retirada tática do local.

“Todos os civis que desejavam deixar a margem direita do rio Dnieper na região de Kherson receberam assistência, diz ainda o informe russo.

Capital regional libertada após o início da operação militar especial iniciada em fevereiro, na Ucrânia, cuja população decidiu se integrar à Federação da Rússia, em Kherson fica localizada a barragem de Kakhovka, ameaçada de ser estourada por mísseis de Kiev.

Conforme os militares russos, neste momento, a redistribuição das suas forças para a margem esquerda do rio Dnieper, tem um caráter chave para a evolução da operação especial na Ucrânia, pois conseguiu evitar baixas, entre a população civil e militares. Assim, todas as pessoas que queriam ser evacuadas, mais de 115.000, deixaram a área.

Na operação de travessia do Dnieper, informaram os russos, foram interceptados 28 mísseis disparados por lançadores Himars de fabricação norte-americana e desviados outros cinco por meio de ações eletrônicas. A artilharia e os aviões russos também fecharam caminho para que as unidades ucranianas impusessem barreiras à travessia do rio. As forças de Kiev tiveram que estacionar a 30 quilômetros da margem direita do rio, acrescentou o comunicado.

“MANOBRA PREVENTIVA”

Diante dos criminosos bombardeios ucranianos à barragem de Kakhovka, juntamente com os ataques indiscriminados com mísseis contra Kherson, as Forças Armadas da Rússia anunciaram uma “manobra preventiva destinada a salvar o maior número possível de vidas”.

O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, destacou a “difícil decisão” de se retirar de Kherson, que foi tomada após um relatório do general Sergei Surovikin, comandante de todas as forças russas na Ucrânia, sobre os planos neonazistas do regime de Kiev de cometer atrocidades indiscriminadas contra civis inclusive provocando a inundação da cidade.

O general alertou que a execução dos planos do governo de Zelensky de criar uma zona de inundação abaixo da usina hidrelétrica de Kakhovka poderia ter consequências perigosas, já que “se formaria uma torrente de água, criando grandes áreas inundadas”, o que “representaria uma ameaça adicional à população civil e de isolamento completo do nosso grupo de forças na margem direita do Dnieper”.

Além disso, neste momento, a cidade de Kherson e os assentamentos vizinhos não estavam podendo se abastecer completamente e levar uma vida normal devido aos constantes bombardeios ucranianos.

Para o analista político iraniano, Roohollah Modabber, a manobra russa é uma decisão correta e tem fins humanitários, pois visa salvar vidas civis e militares, possibilitando aos russos uma redistribuição tática nas suas posições de combate para uma futura ofensiva na cidade e reforço de uma contra-ofensiva em outras frentes.

PROPAGANDA DA OTAN

Bem diferente do “recuo” ou “entrega” propagandeados pela mídia ocidental, o analista sustenta que a retirada não foi de forma alguma uma capitulação às Forças Armadas da Ucrânia ou seus “mestres de marionetes” da Otan. Conforme Modabber, não é segredo que, além das armas convencionais, que Ucrânia/Otan estão usando indiscriminadamente contra civis, planejam recorrer a armas biológicas e químicas, além de detonar uma “bomba suja” capaz de espalhar material radioativo sobre contingentes de população civil.

“A Rússia poderia ter optado por atacar com todas as suas forças, mas preferiu uma abordagem contida e táticas diferentes da Otan: minimizar a perda de vidas. Esta é a razão da decisão de Kherson anunciada pelo ministro da Defesa da Rússia”, disse o analista político iraniano.

Antes do anúncio, o general Sergei Surovikin havia entregue um relatório minucioso ao ministro da Defesa sobre o avanço exitoso da operação, esclarecendo que o estabelecimento de linhas de contenção ao longo da margem esquerda do rio Dnieper era a melhor opção tática neste momento.

A região de Kherson transformou-se oficialmente integrante da Rússia a partir de outubro, juntamente com as áreas libertadas da região de Zaporozhie e as repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL), depois que as pessoas nesses territórios apoiaram esmagadoramente a mudança através de referendos.

Recentemente, os ataques aéreos russos contra duas unidades de tanques da Ucrânia na direção de Kupyansk resultaram na eliminação de 160 combatentes, entre outros importantes avanços militares, informa o comando militar russo.

De acordo com a agência Sputnik, na direção de Nikolaev e Krivoi Rog, todas as “ofensivas” ucranianas foram frustradas, resultando na eliminação de 50 militares inimigos. E mais, informou, ataques da aviação e artilharia russas eliminaram mais de 100 militares, três tanques e cinco blindados ucranianos na direção de Krasny Liman.

Papiro (BL)