EUA acoberta crimes de guerra de Kiev, denuncia Rússia
Rússia denuncia que Washington tenta acobertar crimes de guerra das forças de Kiev a exemplo do assassinato de mais de 10 prisioneiros de guerra russos com tiros na cabeça a queima roupa. Os soldados russos são vistos, deitados depois de mortos, em vídeo filmado pelos executores e exibidos pelo The New York Times.
“A oficial se recusou a condenar diretamente o massacre de nossos soldados desarmados, apesar da confirmação da autenticidade dos materiais de vídeo admitida por jornalistas americanos, que não abafaram a tragédia”, assinalou a Embaixada da Rússia nos EUA em Comunicado, enfatizando reportagens do NYT sobre os vídeos, gravados pelos próprios autores da chacina, que ocorreu na aldeia de Makeyevka, em Lugansk.
A denúncia da Embaixada russa se refere à representante norte-americana na missão especial do país à Corte Criminal Internacional, Beth van Shaack, que ao invés de condenar o massacre ucraniano disse, em apresentar nenhum documento, imagem, vídeo ou qualquer comprovante e fugindo do contexto do crime em tela, que “acusações por crimes de guerra contra forças russas na Ucrânia são enormes comparadas com as alegações contra as forças ucranianas”.
A norte-americana segue e, ao invés de corroborar as denúncias contra Kiev, aponta o dedo contra os russos, afirmando que “a Rússia usa sempre de propaganda, negação, omissão e desinformação”.
Nesse sentido, a representação russa enfatizou que tal atitude da Casa Branca é “um duplo padrão em sua melhor expressão”.
“Como você pode justificar isso? Como pode a administração norte-americana explicar sua atitude insensível em relação à morte de soldados comuns para suas mães, esposas e filhos? Onde está a notória ideia da prioridade dos direitos humanos, da qual Washington tanto se orgulha? Padrões duplos sólidos. Tais atrocidades causam estremecimento e rejeição em qualquer pessoa normal. Jamais esqueceremos as imagens horrendas da morte de soldados desarmados forçados ao chão por neonazistas e depois baleados sem piedade”, manifestou a representação da Rússia.
“As imagens dos mais de 10 soldados imobilizados pelos mercenários das Forças Armadas ucranianas, com tiros na cabeça à queima-roupa não deixam dúvidas. Mas o regime de Kiev ainda não foi punido por seus crimes. Os Estados Unidos e o Ocidente coletivo, de fato, nem mesmo criticam as autoridades ucranianas”, frisou.
O documento apontou ainda que no Ocidente coletivo “tudo é ‘esquecido’ muito rapidamente” e lembrou o assassinato de Daria Dugina, filha do estudioso russo Alexander Dugin; o bombardeio de uma prisão com soldados ucranianos cativos em Donbass que deixou 50 prisioneiros mortos e 73 feridos; o ataque de Kiev à estação ferroviária da cidade de Kramatorsk, na República Popular de Donetsk; o constante bombardeio de Donetsk e o incêndio na Casa dos Sindicatos de Odessa em 2014.
Apontou que “ a execução de militares russos é uma violação flagrante da Convenção de Genebra sobre o Tratamento de Prisioneiros de Guerra de 1949. Ressaltamos novamente: os prisioneiros de guerra ucranianos estão sendo mantidos em total conformidade com os requisitos do direito humanitário internacional”.
“É realmente incompreensível que os Estados Unidos, acobertando o frenesi dos bandidos ucranianos, contribuam para fortalecer o sentimento de permissividade e impunidade dos neonazistas na Ucrânia. Dissemos repetidamente que, por meio do fornecimento de armas a Kiev, do treinamento de criminosos e mercenários ucranianos nas artes marciais, da transferência de informações de inteligência, os Estados Unidos estão se tornando um lado do conflito. Ao tolerar e ignorar os crimes do regime de Kiev, Washington apóia assassinos que não merecem perdão nem justificativa. Lembre-se sempre: quem semeia vento colhe tempestades”, advertiu o comunicado oficial.
Os vídeos mostrando a execução de soldados russos, filmados na República Popular de Lugansk, começaram a circular online em 18 de novembro.
O Ministério da Defesa da Rússia qualificou o massacre como “assassinato intencional e metódico”, enquanto o Comitê de Investigação do país abriu um processo criminal. Por sua vez, a ONU está estudando os vídeos e prometeu realizar sua própria investigação para punir os responsáveis.
Papiro
(BL)