Haddad representa Lula em encontro com banqueiros
O ex-ministro Fernando Haddad (PT), representou o presidente eleito Lula (PT), em encontro com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), nesta sexta-feira (25), em São Paulo. Haddad, que concorreu ao governo de São Paulo nas eleições, é visto como postulante ao cargo de ministro da Fazenda. Na ocasião, o ex-prefeito de São Paulo ressaltou que Lula dará “prioridade total à reforma tributária” no início de seu mandato.
Analistas e comunicadores especularam que Lula, que se recupera de procedimento médico realizado na garganta, colocou Haddad para testar a reação dos banqueiros ao nome dele, isto é, “ver a reação do mercado”.
Este famoso “mercado”, sem rosto e sem fome, que a grande mídia personifica como fonte com base nas reações da Bolsa de Valores e cotação do dólar, como é de praxe, reage mal a qualquer menção que contrarie os interesses rentistas.
A forma de se portar do “mercado”, que só agora vê preocupações orçamentárias e fiscais, não enxergou quando Bolsonaro estourou o teto de gastos inúmeras vezes e esquece que o impraticável Orçamento 2023, enviado ao Congresso, tem a assinatura de Bolsonaro/Guedes.
No encontro com dirigentes de bancos, além de Haddad, falaram o presidente da Febraban, Isaac Sidney, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Em seu discurso, Haddad reforçou o compromisso de Lula com a reforma tributária e a consequente proposta de reformulação de impostos sobre renda e patrimônio.
“A determinação clara do presidente Lula é que nós possamos dar, logo no início do próximo governo, uma prioridade total à reforma tributária. O presidente [Lula] tentou, por duas vezes, ao longo dos seus oito anos, inclusive com o apoio de todos os governadores em 2007, quando encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta de emenda constitucional consensuada para que nós promovêssemos a reforma tributária. E não obtivemos êxito”, disse o ex-ministro ao salientar o compromisso do presidente eleito, que já carregava a pauta reformista nos seus dois mandatos anteriores.
Haddad ainda disse que é necessário o Estado melhorar a qualidade da gestão da educação básica, trazer investimentos estrangeiros e lembrou das conquistas que permitiram o Brasil crescer com os governos Lula.
“Precisamos recolocar nos trilhos como é que se gere o Estado. Lembrando que já tivemos governos que bem geriram a coisa pública. Governos que conseguiram produzir resultados expressivos do ponto de vista do crescimento, distribuição de renda, controle da inflação, controle da dívida e, inclusive, sem aumentar a carga tributária”, colocou Haddad.
Mesmo com esses compromissos claros, é possível encontrar repercussões na mídia sobre estas falas no encontro que indicam “generalismo”, “não empolgou” e o clássico: “mercado reage mal”. Ou seja, nada de novo.