Encontro com governadores consolida amplitude em torno de Lula, no 2º turno
Aconteceu em São Paulo, nesta quarta-feira (5), uma série de agendas de encontros entre o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva e lideranças e personalidades de partidos que declaram apoio a sua candidatura no segundo turno. Governadores (as), vice-governadores (as) e senadores (as) lotaram o auditório do Hotel Jaraguá, para uma demonstração de amplitude política.
Um representante de cada estado pronunciou-se no evento, se comprometendo em trabalhar para mobilizar seus eleitores e garantir ampliação da votação de Lula, assim como dos apoios, onde for possível. A lista incluiu lideranças de partidos que não estiveram na coligação de Lula no primeiro turno, como PDT, MDB, Cidadania, PSD, Progressistas, PSDB, Podemos, e União Brasil.
Mas o dia foi dedicado a agendas com o mesmo teor. Antes da reunião, houve um encontro com lideranças do PDT, e seu presidente Carlos Lupi, para reafirmar o apoio do partido e seu candidato derrotado no primeiro turno, Ciro Gomes. O dia também foi marcado pelo apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e da candidata presidencial derrotada Simone Tebet (MDB). Na quinta-feira, está previsto encontro com lideranças do PSD.
Com isso, a campanha revela agilidade na consolidação dos partidos envolvidos, partindo para a etapa de mobilização nas ruas. Todos que falaram garantiram a mobilização em seus estados, não apenas para manter a votação, como para aumentá-la com os votos de Ciro Gomes, Simone Tebet e abstenções.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), foi uma das que se comprometeram a resolver problemas de mobilidade em seu estado, que geraram abstenções no dia da eleição. Segundo ela, as empresas de transporte sofreram impactos na pandemia, que reduziram sua capacidade de circulação. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) também mencionou as dificuldades estruturais de seu estado, cortado pela floresta Amazônica e grandes rios, que dificultam a mobilidade do eleitor.
Além de demonstrar entusiasmo na busca pelo voto, governadores e senadores também apontaram as lacunas deixadas por Jair Bolsonaro na relação com seus estados. Problemas que sabem que Lula vai resolver, pois já tiveram a experiência da relação federativa com seu governo.
Após as falas de governadores e senadores, o candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), qualificou o encontro de um dia histórico. Ele aproveitou para destacar ex-senadores tucanos, como José Serra, que declararam apoio a Lula, e que não puderam comparecer. Citou ainda os economistas Pérsio Arida e Armínio Fraga. Todos definidos nesta mesma quarta-feira.
Lula, por sua vez, agradeceu pelo que os apoiadores fizeram e estão fazendo por sua candidatura. “Quando fizerem mais, eu agradeço mais”, afirmou, descontraído.
Ele também aposta no aumento de votos, até mesmo no Nordeste brasileiro, onde foi líder absoluto no primeiro turno. “A gente espremendo, sempre tem um pouco mais de suco na laranja”, comparou.
Comprometeu-se a voltar a Minas Gerais, assim como ganhar em São Paulo e Rio de Janeiro. “Vamos para o Rio Grande do Sul. Diziam que não era para eu ir para Santa Catarina e fizemos um dos maiores comícios lá. Quem diria que, em Santa Catarina, iríamos para o segundo turno?”, disse, referindo-se a disputa entre Jorginho Mello (P) e Décio Lima (PT) ao governo do estado.
Lula garantiu aos gestores públicos que, se eleito, vai reunir após a posse os governadores para discutir questões relativas a reconstrução da relação entre os entes federados. “Não é possível governar o Brasil sem conversar com governadores, sem estabelecer convênios. Precisa conversar com os prefeitos, porque é na cidade que estão os problemas da fome, do transporte do desemprego”, disse, reafirmando que nenhum governo tratou prefeitos tão bem como ele.
Ele lembrou que criou uma sala para reuniões com Prefeituras, assim como na Caixa Econômica Federal. “Não queríamos que um prefeito que não sabe montar um projeto para sua cidade, ficasse perambulando pelo Congresso. Queríamos dar dignidade”.
Lula disse que mudou a percepção no governo sobre o investimento em localidades pequenas e remotas do país. “Uma pequena obra numa cidade pequena, às vezes vale mais para o povo, que um viaduto numa grande cidade”, afirmou, defendendo que o governo tem que participar da inauguração de pequenas obras.
Lula ainda fez questão de fazer um agradecimento especial ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pelo apoio anunciado. Citou a foto em que ambos aparecem juntos em momentos diferentes de suas trajetórias.
O evento concluiu com uma animada e descontraída foto com todos os presentes posando como um time comprometido com a vitória.
Eis a lista de quem participa da reunião: Geraldo Alckmin (PSB), vice na chapa do petista;
Regina Sousa (PT-PI), governadora; Izolda Cela (sem partido-CE), governadora; Rui Costa (PT-BA), governador; Carlos Brandão (PSB-MA), governador; Clécio Luís (Solidariedade-AP), governador; Paulo Câmara (PSB-PE), governador; Helder Barbalho (MDB-PA), governador; Paulo Dantas (MDB-AL), governador; João Azevedo (PSB-PB), governador; Wellington Dias (PT-PI), ex-governador; Camilo Santana (CE); Fátima Bezerra (PT-RN); Clécio (AP); Lígia Feliciano (PB), vice-governadora; Jorge Viana (AC), ex-governador; Elmano de Freitas (CE), governador eleito; Felipe Camarão (MA), vice-governador; Ana Lígia Costa (PA), vice-governadora; Eliziane Gama (Cidadania-MA), senadora; Daniela Ribeiro (PSD-PB), senadora; Zenaide Maia (Pros-RN), senadora; Katia Abreu (Progressistas-TO), senadora; Renan Calheiros (MDB-AL), senador; Renan Filho (AL); Carlos Fávaro (PSD-MT), senador; Jean Paul Prates (PT-RN), senador; Tasso Jereissati (PSDB-CE), senador; Omar Aziz (PSD-AM), senador; Confúcio Moura (MDB-RO), senador; Jorge Kajuru (Podemos-GO), senador; Veneziano Vital (MDB-PB), senador; Jacques Wagner (PT-BA), senador; Otto Alencar (PSD-BA), senador; Jader Barbalho (MDB-PA), senador; Jayme Campos (União Brasil-MT), senador; Acir Gurgacz (PDT-RO), senador; Fabiano Contarato (ES), senador; Paulo Paim (RS), senador; Paulo Rocha (PA); Flávio Dino (PSB-MA), senador eleito; Marcelo Castro (PI); José Amauri (PI); José Guimarães (PT-CE); Evandro Leitão (CE); Leandro Grass (DF); Rafael Fonteles (PI); Alexandre Giordino (SP); Alexandre Silveira (MG); Rui Falcão (SP); Carlos Zaratini (SP); Marcio Macedo (SP), Aloizio Mercadante (SP); Rejane Diad (PI); Eliane Aquino (SE).
(por Cezar Xavier)