Fotos: Divulgação/Seap e José Cruz/Agência Brasil

Os ex-deputados bolsonaristas Roberto Jefferson e sua filha Cristiane Brasil, do PTB, foram denunciados por injúria pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) em razão dos ataques de ambos à ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia. 

A promotora eleitoral responsável pela denúncia, Annunziata Alves Iulianello, destacou que os insultos agridem a dignidade e o decoro e argumentou que os ataques foram “premeditados, com menosprezo e discriminação à condição de mulher”. A promotora acrescentou ainda que a ministra foi “exposta a milhares de pessoas” nas redes sociais.

O MPE decidiu, ainda, que neste caso não cabe o chamado acordo de transação penal, usado em infrações de menor potencial ofensivo, por considerar que ele seria “insuficiente para reparar os crimes”. 

Em vídeo veiculado pelas redes sociais em outubro, Jefferson dizia-se “indignado” com decisão da ministra, que votou favoravelmente à punição da emissora Jovem Pan por veiculação de declarações falsas contra o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. 

Na sequência, o ex-deputado bolsonarista declarou que a magistrada “lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas arrombadas”. O ex-deputado reiterou os insultos em audiência de custódia, quando “se desculpou” com as prostitutas pelo que ele classificou como “má comparação”.

Cristiane Brasil, por sua vez, republicou o vídeo, acompanhado de comentário agressivo no qual, entre outras coisas, chamava a ministra de “bruxa horrorosa”. 

Roberto Jefferson está preso desde 23 de outubro no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu (RJ) após atirar e lançar granadas contra agentes da Polícia Federal, deixando dois deles feridos. Os policiais foram atacados quando cumpriam mandado de prisão determinado pelo STF na casa do ex-deputado na cidade de Levy Gasparian (RJ).