Ataque a jovens em Jundiaí explicita extremismo de bolsonaristas
Os atos golpistas realizados ao longo desta semana após a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostraram as vísceras do bolsonarismo e o grau de insanidade de boa parte dos apoiadores do presidente. Um desses momentos de barbárie aconteceu nesta quinta-feira (3) quando jovens, muitos menores de idade, foram agredidos num ônibus na cidade de Jundiaí (SP). Um estudante da Etec Vasco Antônio Venchiarutti (Etevav) ficou ferido.
Conforme relatos, o ônibus passava em frente ao 12º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), onde um grupo de bolsonaristas protestava contra o resultado do pleito e pediam intervenção militar. Jovens que estavam no ônibus se manifestaram a favor de Lula e contra os bolsonaristas, que revidaram com violência. Uma pedra foi arremessada e os estilhaços feriram Vitor Cotrim, de 18 anos.
Após o grupo cercar o ônibus, ao menos três homens bolsonaristas entraram no veículo xingando e ameaçando passageiros. “Depois de terem mirado a pedra em mim, eles bateram muito no ônibus e devem ter forçado o motorista para entrar. Não sei como julgar o motorista, mas acho que ele foi coagido, acho que ele abriu a porta depois de gritarem com ele. Nessa, eles começaram a intimidar a gente: ‘fala agora! Fala do Lula de novo! E foram intimidando gente que nem tinha falado nada e só estava sentado no ônibus seguindo viagem e querendo ir embora depois de mais um dia de aula”, relatou ao G1 o estudante ferido.
Os extremistas também tentaram puxar um rapaz de 17 anos para fora do ônibus, mas foi impedido pelos demais passageiros.
Vale destacar que havia viatura da Polícia Militar no local. Nas imagens, também é possível ver um PM do lado de fora do ônibus. No entanto, nada foi feito pela polícia a fim de impedir o ataque aos passageiros do ônibus.
Somente após o ocorrido os policiais tiveram alguma atitude. “Não falaram nada sobre eu fazer boletim de ocorrência. Só falaram que, se o motorista quisesse abrir queixa, eu teria que ir junto com eles. Aí eu não aceitei, não me senti seguro, porque eles estavam lá desde o começo e deixaram isso tudo acontecer. E eu não queria ir com eles por questões de segurança minha mesmo”, relatou o jovem.