Pela Amazônia, imprensa internacional defende eleição de Lula
Três renomadas publicações internacionais, os jornais norte-americano The New York Times e o britânico The Guardian, além da revista Nature defenderam a eleição de Lula (PT), destacando aspectos que mostram a importância que o resultado do pleito terá para além do futuro do Brasil, especialmente no que diz respeito à preservação ambiental e à vida no planeta.
O jornal dos Estados Unidos publicou vídeo no qual apontou que a eleição presidencial “vai definir o futuro do planeta”, fazendo referência à preservação da Amazônia. Ao mesmo tempo, a peça critica a destruição ambiental promovida pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), citando medidas prejudiciais como o desmonte de agências de fiscalização, o aumento do desmatamento e das queimadas, o descaso com a população indígena e as relações do presidente com o agronegócio, que lucrou com a ocupação de terras que deveriam ser preservadas.
“Por causa das crescentes taxas de desmatamento sob o presidente Jair Bolsonaro, o ecossistema da Amazônia está à beira da catástrofe. A perda de milhões de árvores já causou diminuição das chuvas. As áreas ainda não transformadas em fazendas devem mudar de floresta densa para savana seca à medida que a Amazônia atinge um ‘ponto de inflexão’, de degradação em espiral da qual não há retorno”, diz o vídeo.
Além disso, o NYT destaca que Lula se comprometeu com a mitigação do desmatamento na Amazônia, além de elogiar seus governos anteriores nessa área: ele “provou ser duro com o crime ambiental e entregar resultados”. E acrescentou que Lula “criou novas áreas de conservação que eram maiores do que todo o Reino Unido, cobrou bilhões em multas ambientais e inventou um sistema de satélite [para monitorar a derrubada de árvores] que Bolsonaro vem ignorando”.
O vídeo divulgado pelo jornal ressalta, ainda, que “o dia mais importante para o planeta Terra — e sua sobrevivência — é 30 de outubro” e que “todos nós precisamos desesperadamente de um novo presidente que não queime toda a Amazônia”.
The Guardian
Já o The Guardian se manifestou, por meio de editorial publicado nesta quinta-feira (27), no qual também colocou a preservação como tema fundamental. “Os analistas sugerem que uma vitória de Lula pode resultar em um corte de 89% na perda de floresta tropical”, aponta.
“O principal perigo é a catástrofe climática. Como a agência ambiental da ONU alerta que não há uma rota confiável para limitar o aquecimento global a 1,5°C, o desmatamento na Amazônia está em alta: um sumidouro de carbono pode se tornar um emissor de carbono. Sindicatos criminosos de madeireiros e fazendeiros correm para fazer o pior por medo de que um novo governo os controle. Mais de 2 bilhões de árvores foram derrubadas durante o mandato de Bolsonaro”, segue o editorial.
Lembrando dos assassinatos do ambientalista Bruno Pereira e do repórter Dom Phillips, o The Guardian salienta ainda que Bolsonaro “também promoveu uma cultura cada vez mais perigosa para os defensores do meio ambiente – como exposto pelo assassinato do ativista Bruno Pereira e do colaborador do Guardian Dom Phillips em junho”.
Por fim, o editorial argumenta que Lula formou uma aliança ampla e inédita para derrotar a ameaça bolsonarista. “Eles reconhecem o que está em jogo. O resto de nós deve esperar que muitos de seus compatriotas o façam”.
Nature
Também nesta semana, a revista Nature destacou que o mandato de Bolsonaro “é desastroso para a ciência, o meio ambiente, o povo brasileiro e para o mundo todo”.
Por outro lado, a revista enfatizou que quando Lula foi presidente, o Brasil “fez grandes investimentos em ciência e inovação, fortes ações de proteção ambiental estavam em vigor e oportunidades educacionais foram ampliadas”.
Disse, ainda, que naqueles anos “o Brasil conquistou reputação de líder ambiental aumentando a aplicação da lei ambiental e reduzindo o desmatamento na Amazônia em cerca de 80% entre 2004 e 2012” e que agora “os eleitores do Brasil têm uma oportunidade valiosa para começar a reconstruir o que Bolsonaro derrubou. Se Bolsonaro conseguir mais quatro anos, o dano pode ser irreparável”.