Alexandre de Moraes/Foto: Antonio Augusto/Secom TSE

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), informou que pode abrir um inquérito contra a campanha de Jair Bolsonaro por crime eleitoral por falsa acusação de que rádios no Nordeste não estão passando sua inserção.

O candidato tem 24h para apresentar “provas e/ou documentos sérios” que comprovem a acusação feita, “sob pena de indeferimento da petição inicial por inépcia e determinação de instauração de inquérito para apuração de crime eleitoral praticado pelos autores”.

Bolsonaro está tentando passar a culpa da lavada que está levando de Lula no Nordeste para um inimigo imaginário: as rádios. Segundo a pesquisa Ipec, Lula tem 68% das intenções de voto na região, enquanto Bolsonaro tem apenas 26%. Depois de tripudiar dos nordestinos, chamando-os de analfabetos, não é de estranhar a alta rejeição na região contra Bolsonaro.

Segundo Alexandre de Moraes, “os fatos narrados [pela campanha de Bolsonaro] (…) não foram acompanhados de qualquer prova e/ou documento sério, limitando-se o representante a juntar um suposto e apócrifo ‘relatório de veiculações em Rádio’, que teria sido gerado pela empresa ‘Audiency Brasil Tecnologia’”.

“Nem a petição inicial, nem o citado relatório apócrifo indicam eventuais rádios, dias ou horários em que não teriam sido veiculadas as inserções de rádio (…); nem tampouco a indicação de metodologia ou fundamentação de como se chegou à determinada conclusão”, continuou o presidente do TSE.

Para Moraes, a acusação não ser acompanhada qualquer base documental “é extremamente grave”, pois “poderá caracterizar crime eleitoral dos autores, se constatada motivação de tumultuar o pleito eleitoral em sua última semana”.

Jair Bolsonaro tem interesse em tumultuar o processo eleitoral, pois continua em segundo lugar apesar dos bilhões de reais do orçamento público que despejou na campanha.

Na segunda-feira (24), ele falou, sem apresentar nenhuma prova, que urnas no Amazonas teriam sido fraudadas contra ele. Ele citou a cidade de São Gabriel da Cachoeira, com 47 mil habitantes, na qual cinco urnas não registraram nenhum voto para ele.

Antes do processo eleitoral, ele chegou a dizer que eleições anteriores, como as de 2014 e 2018, foram fraudadas, mas também não apresentou qualquer indício para isso.

Bolsonaro forçou as Forças Armadas a fazerem uma auditoria no primeiro turno, mas impediu que o resultado fosse divulgado, pois o documento produzido pelos militares não identificou nenhum indício de fraude.

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(BL)