O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, e membros da delegação da ONU iniciam vistoria na usina nuclear (Reprodução)

Após bombardear a usina nuclear de Zaporozhya por 60 vezes em apenas 24 horas à véspera da visita da missão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o governo da Ucrânia agora se manifesta explicitamente contra todas as instituições da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Não gosto de instituições internacionais e missões de mediação em geral. Eles parecem extremamente ineficazes, extremamente covardes e extremamente pouco profissionais”, reagiu Mikhail Podolyak, assessor sênior do presidente ucraniano Vladimir Zelensky, em entrevista na noite desta quinta-feira (1º).

Conforme explicitou o funcionário de Kiev, este princípio se aplica “não apenas à AIEA”, mas também à ONU, à Anistia Internacional e ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha. “Por padrão, você não deve confiar neles”, acrescentou.

Serviçal aos ditames dos Estados Unidos e da União Europeia na sua tentativa de cercar e enfraquecer a Rússia, assim como seu chefe, Podolyak disse estar disposto a dar aos inspetores da AIEA o benefício da dúvida e esperar que eles façam um relatório oficial que “mostre a profundidade de sua destruição interna”. Sobre a responsabilidade de Kiev no criminoso bombardeio, nenhuma vírgula.

Criticou o que considera ser uma duração relativamente curta da missão, integrada por inúmeros técnicos, como o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi. Além disso o regime ucraniano fingiu ignorar os acordos propostos pela Rússia visando assegurar uma presença permanente na usina de uma missão internacional.

Podolyak igualmente condenou a disposição do chefe da AIEA de conversar com um representante do órgão russo de energia atômica Rosatom, que, na sua avaliação, “fez um discurso estranho e longo” ao funcionário da ONU.

Os especialistas da AIEA chegaram à usina nuclear, apesar do contínuo bombardeio que visava intimidar e atrapalhar a inspeção. Mesmo diante dos riscos, alguns membros da missão ficaram para monitorar a situação.

Vladimir Zelensky expressou seu ceticismo em relação à visita da AIEA, acusando Rafael Grossi de não garantir o acesso à estação para “jornalistas independentes”, que queriam visitar os inspetores. Na realidade, como já havia sido detectado, Kiev desejava enviar agentes de inteligência sob o disfarce de imprensa. Diante disso, a cobertura foi pela por jornalistas previamente aprovados, a quem Zelensky taxou de “uma multidão de propagandistas”.

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