23ª Conferência do PCdoB Distrito Federal reconduz Vicente Goulart à presidência

A proclamação do resultado da votação para os novos integrantes do Comitê do PCdoB do Distrito Federal e dos delegados e delegadas eleitos que irão representar o partido local na plenária final do 16º Congresso do PCdoB, ocorreu no fim da tarde deste sábado (13). Foram eleitos para o Comitê DF, 49 membros, ante os 63 membros do comitê cessante. Além de cinco delegados e delegadas.
Durante o sábado, os participantes, cerca de 140 delegados e delegadas discutiram sobre o projeto de resolução política, debateram sobre a política local e os desafios eleitorais para 2026. O encontro ocorreu nesta sexta-feira (12) e sábado (13) no auditório do Sinpro-DF, em Brasília.
Como o Distrito Federal é uma Unidade da Federação que não é dividida em municípios, os comunistas do DF se reuniram neste processo congressual em assembleias de base. Segundo o secretário de Organização do Comitê Cessante, Jorge Gregory, o Partido reuniu cerca de 20 bases e realizou em torno de 50 reuniões, mobilizando um total de 350 filiados e simpatizantes.
O evento político, que aconteceu na noite de sexta-feira (12), marcou o início da 23ª Conferência do PCdoB no Distrito Federal, contando com a presença de figuras políticas e representantes de organizações da sociedade civil.
Sob a direção do presidente do comitê cessante do PCdoB-DF, João Vicente Goulart, as manifestações durante o encontro enfatizaram a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por seu envolvimento em atividades criminosas ao chefiar uma organização golpista, um dia antes. Também foi abordada a ameaça explícita feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à soberania nacional. Outro ponto frequente nas discussões foi a urgência de restaurar os direitos da classe trabalhadora e avançar nas conquistas. Isso só poderá ser alcançado através da mobilização popular e de uma ampla coalizão democrática e progressista.

O ex-governador do DF, Agnelo Queiroz, enviou uma mensagem de boas-vindas à conferência, abordando a importância da união entre aqueles com um viés progressista. Ele criticou a elite brasileira, que possui 1% da renda nacional. “Essa elite reacionária sempre se opôs aos direitos do povo. Eles, os fascistas, impediram avanços no desenvolvimento do país. Não temos a ilusão de que eles vão parar aqui”, afirmou.
“Por isso, precisamos de união e empenho, requerendo a força do PCdoB para nos tornarmos melhores do que somos atualmente. O desafio é imenso e necessitamos dessa energia revolucionária do PCdoB”, enfatizou Agnelo.
Rodrigo Rodrigues, presidente da CUT-DF, ressaltou que foi considerável a destruição provocada pelo governo Bolsonaro, mas que, mesmo assim, o governo Lula conseguiu restaurar certos aspectos. Ele relembrou que, recentemente, o Brasil saiu pela segunda vez do Mapa da Fome, entre outras realizações significativas, mas fez questão de acrescentar que os direitos da classe trabalhadora e dos estudantes precisam avançar ainda mais. “É um passo que devemos continuar a dar”, afirmou Rodrigues.

Assim, destacou a importância de ampla união. “Mobilizando trabalhadores e estudantes e lutando pelos direitos da classe trabalhadora. No próximo ano, devemos eleger nossos representantes no legislativo. Para isso, precisamos de uma unidade constante a fim de caminharmos juntos em busca da justiça social. Devemos continuar com esse avanço necessário.”
O dirigente do PCdoB DF e ex-decana de Extensão da Universidade de Brasília (UnB), Olgamir Amâncio, observou que a conferência ocorre um dia após a derrota dos fascistas e que o PCdoB continua sua luta e resistência ao longo dos diversos ataques e tentativas de golpe na história brasileira. Ela comentou sobre a necessidade de uma frente progressista para enfrentar os grandes desafios das eleições de 2026.

“Para vencer, devemos formar a mais ampla frente progressista que nos permita ter o Brasil que almejamos e que o DF possa contribuir para um país melhor. A igualdade deve ser nosso padrão e a desigualdade deve ser eliminada!”, finalizou a vice-presidente do PCdoB-DF.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) exaltou o PCdoB, afirmando que “este partido sempre esteve ao lado do povo brasileiro. A militância do PCdoB lutou contra a ditadura e sempre demonstrou grande lealdade ao país”.

Do Comitê Central do PCdoB, a Secretária de Planejamento, Neide Freitas, destacou durante o evento a coerência da proposta política no projeto de resolução do congresso do partido, que será concluído na plenária final do 16º Congresso do PCdoB, que irá ocorrer em Brasília-DF, no próximo mês de outubro.

Fizeram uso da palavra no evento ainda, o ex-presidente do PT-DF, Jacir Afonso; Eduardo Brandão, que preside o PV-DF; a ex-reitora da UnB, Márcia Abrão; o dirigente do PCdoB, Gustavo Alves, do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e Leandro Grass, presidente do IPHAN. Do Ministério de Relações Exteriores de Cuba, o diplomata Adolfo Curbelo Castellanos e o Embaixador Ahmede Mulay Hamadi, da República Árabe Saharaui Democrática que presenteou o PCdoB com um quadro.

Também compareceram Dorival Santos, que é Subsecretário de Ciência e Tecnologia para a Amazônia (MCTI); Santa Alves, presidente da UNEGRO-DF, além de representantes da juventude do DF, como Caio Henrique, que preside a UJS, Paulo Viana, vice-presidente da UBES, e Cícera Viana, presidenta da APG da UnB.
Confira outras imagens da Conferência. Fotos: Sthefane Felipa