“O Ocidente precisa de conflitos para manter sua hegemonia. É por isso que eles prepararam o destino de bucha de canhão para o povo da Ucrânia: implementaram o projeto anti-russo, fecharam os olhos para a disseminação da ideologia neonazista, para o assassinato em massa dos moradores do Donbass. Eles armaram e continuam fornecendo armas ao regime de Kiev. Inclusive com armas pesadas”, afirmou Vladimir Putin em mensagem à 10ª Conferência de Segurança Internacional que se realiza em Moscou, aberta em 16 de agosto.

“Tomamos a decisão de iniciar uma operação militar especial na Ucrânia em total conformidade com a Carta das Nações Unidas. Os objetivos desta operação foram declarados de forma clara e precisa: garantir a segurança da Rússia e seus cidadãos e proteger a população do Donbass contra o genocídio”, assinalou Putin.

O presidente russo enfatizou que os Estados Unidos estão tentando prolongar o conflito.

“A situação na Ucrânia sugere que os Estados Unidos estão tentando prolongar esse conflito. E agem da mesma forma, alimentando o potencial de conflito, na Ásia, África e América Latina”, destacou.

Porém, apontou que “a situação mundial está mudando de forma dinâmica, cada vez mais países e povos escolhem o caminho do desenvolvimento soberano”. “Ressalto: justamente o mundo multipolar, baseado no direito internacional e nas relações mais justas, abre novas possibilidades para combater ameaças comuns. Entre essas estão os conflitos regionais e a disseminação das armas de destruição em massa, terrorismo e criminalidade cibernética”, constatou.

Ele notou que todos esses desafios têm caráter global e sem esforços e potencial unidos de todos os Estados não podem ser ultrapassados.

“Elites globalistas ocidentais estão resistindo aos processos objetivos, provocando caos, incitando conflitos antigos e novos e realizando a chamada política de contenção, mas em essência – de enfraquecimento de quaisquer caminhos de desenvolvimento independentes e alternativos”, disse.

O Ocidente pretende manter seu poder e conter os países “presos em uma ordem neocolonial em sua essência. Sua hegemonia significa a estagnação para todo o mundo, para toda a civilização, fanatismo e cancelamento cultural, totalitarismo neoliberal”, sublinhou Putin.

“Os EUA e seus vassalos interveem grosseiramente nos assuntos internos de Estados soberanos: organizam provocações, golpes de Estado e guerras civis. Com ameaças, chantagem e pressão, eles tentam forçar os países independentes a obedecer e viver seguindo as regras alheias”, acrescentou, constatando que todos os meios estão sendo utilizados.

De acordo com Putin, o Ocidente toma todas essas medidas perseguindo um único objetivo – “manter seu domínio e o modelo que permite parasitar todo mundo, como era antes e por séculos, e tal modelo pode ser mantido apenas através da força”.

“A aventura norte-americana em relação a Taiwan não foi simplesmente uma viagem de um político irresponsável, mas parte da estratégia consciente e deliberada dos EUA de desestabilização e caotização da situação na região e no mundo, impertinente manifestação de desrespeito à soberania de outros países e aos seus compromissos internacionais. Vimos nisso uma provocação cuidadosamente planejada”, afirmou o presidente.

A Rússia, por seu lado, continuará a trabalhar com os seus parceiros “para melhorar os mecanismos de segurança internacional existentes e criar novos, reforçando constantemente as forças armadas nacionais e outras estruturas de segurança, aumentando o seu equipamento com armas e equipamento militar moderno”, assegurou Putin. “Vamos zelar pelos nossos interesses nacionais, bem como pela proteção dos nossos aliados, e daremos outros passos em direção a um mundo mais democrático em que sejam garantidos os direitos de todos os povos e a diversidade cultural e civilizacional”, concluiu.

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