Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China | (Greg Baker/AFP)

Com Washington e Seul preparando para a próxima semana os maiores exercícios militares conjuntos em cinco anos, a China alertou na terça-feira (16) as “partes relevantes” a “agirem com prudência e deixarem de alimentar as tensões na Península Coreana”.

O impacto negativo dos exercícios militares conjuntos na situação da Península Coreana merece atenção, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin. “As partes envolvidas devem agir com prudência, e parar as ações que exacerbam as tensões e o confronto e minam a confiança mútua entre as partes”, enfatizou.

Segundo as agências de notícias, os exercícios EUA-Seul incluirão manobras envolvendo aviões, navios de guerra e tanques e podem envolver dezenas de milhares de soldados. Apelidados de “Ulchi Freedom Shield”, ocorrerão entre 22 de agosto e 1º de setembro na Coreia do Sul.

No governo anterior, de Moon Jae-In, que buscou avançar na reconciliação intercoreana, e inclusive se reuniu com o líder do Norte, Kim Jong Um, tais exercícios foram extremamente minimizados.

O porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Moon Hong-sik, disse em entrevista coletiva que a importância dos exercícios é que eles “normalizam os exercícios e treinamentos no solo combinados da Coreia do Sul e dos EUA”, contribuindo para “a reconstrução da aliança” entre Washington e Seul.

O atual presidente, o conservador Yoon Suk-yeol, venceu o candidato indicado por Moon por apenas 0,73%, tendo como maior cacife político ter sido o procurador-geral que levou ao impeachment, por corrupção, da presidente precedente, Park Geuen-hye.

A República Popular Democrática da Coreia há muito que condena os exercícios conjuntos entre Seul e os EUA, que denuncia não passarem de ensaios para a invasão do norte, e exige a retirada das tropas norte-americanas da Península Coreana.

Na coletiva do porta-voz diplomático chinês, perguntado contra quem eram dirigidos os exercícios conjuntos EUA-Seul-Japão da semana passada, os primeiros desde 2017, nas costas do Hawai, com lançamento de mísseis, Wang disse que a questão deveria ser remetida ao “lado americano”.

MENSAGEM DE PUTIN À RPDC

Por motivo da data da libertação da Coreia do jugo japonês e restauração de sua independência, 15 de agosto, data da rendição de Tóquio na II Guerra Mundial, em mensagem de saudação à Coreia Popular, o presidente russo Vladimir Putin expressou a disposição da Rússia para expandir as relações com Pyongyang.

A mensagem, reproduzida com destaque nos meios de comunicação norte-coreanos, afirma que os dois países “continuarão a expandir as amplas e construtivas relações bilaterais com esforços comuns”. Na mensagem do ano passado, Putin ressaltou a cooperação na II Guerra Mundial entre a União Soviética e os combatentes coreanos, assinalando que a cooperação iria contribuir para a segurança.

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