Presidente Fernandez deu posse a Sergio Massa, o novo ministro da Economia (reprodução)

O presidente argentino Alberto Fernandez deu posse, nesta quarta-feira, ao novo ministro de Economia, Produção e Agricultura, Sergio Massa, unificando o comando econômico do país com a incorporação à pasta dos ministérios do Desenvolvimento Produtivo, da Agricultura e o da Pecuária e Pescas que até então tinham ministério e decisão próprios.

O novo ministro declarou que a saída para a crise será através de medidas que gerem investimento, produção, exportação e fortalecimento do mercado interno.

Entre as primeiras medidas, o foco será em linhas de crédito a taxas promocionais e um sistema de garantias para estimular a exportação.

Deixou claro que isso não se fará através da desvalorização da moeda argentina como gostariam os que querem especular com o mercado externo, tanto via exportação, como via importação. Citou um mecanismo que inclui um sistema de rastreabilidade para o comércio exterior, pois “a ideia é ter maior controle e transparência no uso de moeda estrangeira para importação”. Dessa forma a pioridade, quando se tratar de importar, é que haja recursos para saúde e produção, explicou.

Ao destacar que novas medidas serão anunciadas nos próximos dias, para permitir que à Argentina “crescer com inclusão”, afirmou: “O nosso objetivo é e viemos trabalhar para isso”.

Massa reconheceu a dimensão dolorosa da crise que a Argentina vive neste momento.

“A inflação é um dos principais problemas a serem combatidos. A inflação é uma fábrica de pobres. O mês que passou e o que está começando, fruto das dificuldades que enfrentamos como país e como governo, vão dificultar os últimos dois meses em termos de inflação”, advertiu, em meio ao prenúncio de índices, tanto o de julho, que será conhecido na próxima semana, quanto o de agosto, que será divulgado daqui a um mês, atingirão uma faixa de 7% a 8% por cento cada um.

“Entendemos a dor que representa às famílias argentinas e a incerteza que provoca que as coisas não tenham preços estáveis, mas é preciso ir avançando em uma jornada para retornar a um sistema que permita a estabilidade. Isso o conseguiremos a partir de medidas que vamos ir tomando”, assinalou.

O novo chefe da pasta econômica chega em meio a uma grande inflação, que nos últimos 12 meses atingiu 64%, e com uma crise econômica que provoca quase 50% da população vivendo na pobreza, com poucas reservas e uma dívida com o FMI que terá que renegociar de forma a não se submeter às imposições da agência, que exigem arrocho ao invés do apoio a renda popular como meio de fortalecer o mercado interno e retomada do crescimento.

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