PCdoB articula Economia Solidária como força política nacional

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB), por meio da Secretaria Nacional de Movimentos Sociais, promoveu entre os dias 8 e 10 de maio, em Salvador (BA), o Encontro Nacional do Coletivo de Economia Popular Solidária. A atividade teve como objetivo central dar continuidade à organização nacional do coletivo e ampliar sua inserção política nos movimentos sociais.
A programação começou com uma reunião presencial na sede do partido na última quinta-feira (8). No dia seguinte, os participantes se integraram ao Festival Nordestino de Economia Solidária, realizado no Centro de Convenções de Salvador. Pela manhã, acompanharam os debates do evento, e à tarde seguiram com a agenda do coletivo em uma sala reservada no próprio local.
Segundo Milton Barbosa, coordenador nacional do coletivo, três grandes temas nortearam os debates. O primeiro foi a participação do coletivo no Congresso do PCdoB, com uma análise de conjuntura apresentada pelo secretário nacional de Movimentos Sociais, André Tokarski. Em seguida, os comunistas discutiram os preparativos para a 4ª Conferência Nacional de Economia Solidária, prevista para agosto, e elegeram delegados de diferentes estados para representar o partido no evento.

O terceiro ponto discutido foi a necessidade de transformar o coletivo em um movimento político com presença nacional articulada. “Não queremos ser apenas um coletivo interno ao partido, mas uma força viva nos movimentos sociais. Elaboramos um manifesto que será apresentado a lideranças regionais e nacionais para abrir diálogo com outros setores organizados”, explicou Milton.
A proposta do manifesto parte da ideia de que a economia solidária pode ser uma ferramenta concreta de luta social, não apenas para cooperativas ou grupos de produção, mas também como estratégia de mobilização de jovens, mulheres, população negra, moradores de periferia e outros setores populares. “Trabalhamos com a geração de renda de forma coletiva e solidária. Isso nos permite dialogar com várias frentes de luta”, destacou o coordenador.
Participaram do encontro representantes da Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Brasília e Goiás. O clima do encontro foi marcado pela unidade e confraternização. “Foi uma oportunidade de reencontro e fortalecimento. Todos ficaram animados com o processo de organização que estamos construindo”, afirmou Milton.

Para o coletivo, a economia solidária não se resume a uma política pública. Ela é vista como um movimento social dos trabalhadores e trabalhadoras, com foco na inclusão socioprodutiva, no combate à pobreza e no desenvolvimento local com base na autogestão e na solidariedade.