Desde 2015, o Comitê Distrital do PCdoB Grande Tijuca mantém diálogo permanente com o povo através de suas Banquinhas na região. Inicialmente na Praça Saens Pena, depois Vila Isabel, Praça do Rio Comprido, Praça Edmundo Rego (Grajaú), e Praça dos Cavalinhos (Muda).

Em 2022, das 165 zonas eleitorais do RJ, as três zonas eleitorais da Grande Tijuca deram quase 10% da votação da Dep. Estadual, Dani Balbi (6.219 votos, do total de 65.815 votos) e 5% da votação da Dep. Federal, Jandira Feghali (4.224 votos, do total de 84.054 votos). A Dep. Federal Enfermeira Rejane obteve 1.488 votos, e a Dep. Estadual Lilian Behring obteve 1.071 votos, nesta região. Para surpresa dos moradores da área, considerada até então conservadora (*Álvaro Vale, ex-deputado federal e fundador do PL em 1985, era um dos mais votados e morador na Tijuca, com a sede nacional do PL na época instalada neste bairro; *Bolsonaro criou os filhos na Tijuca; *O ex-Governador Witzel é morador do Grajaú), Lula venceu nas três zonas eleitorais da Grande Tijuca, com 58% dos votos, apesar da derrota para Bolsonaro na Capital e no Estado do RJ! Atribuímos nossas vitórias eleitorais locais, à sinergia gerada pela unidade da esquerda local através da Frente Brasil Popular e dos Comitês Populares de Luta, e à presença dos comunistas do PCdoB, com suas Banquinhas permanentes, durante sete anos seguidos nas Praças e Ruas do território.

Em 2015, começamos a ocupar o espaço que depois batizamos de Esquina da Resistência na Praça Saens Pena. Era uma mesinha de madeira, emprestada por militante moradora ali de perto. Ela também emprestava a mesinha para a IURD, onde era frequentadora, e sempre tínhamos que buscar a mesinha lá na Igreja. Em meados de 2016, alugamos a Sede do Comitê Distrital. Durante os seis primeiros meses a sede foi financiada pelo Comitê Municipal, para a Campanha Eleitoral. Atualmente é bancada 100% pela militância e amigos do PCdoB na área, o que fortalece o sentimento de pertencimento do PCdoB para estes camaradas. Na sede  guardamos as Banquinhas e materiais do Partido. É onde realizamos reuniões do PCdoB e com aliados, Curso do Programa Socialista, sessões de filmes com debate no Cineclube Olga Benário, e abriga a Biblioteca do Distrital. Temos cerca de 100 camaradas com variados graus de militância e muitos amigos fiéis à nossa causa!

“Paciência, persistência e constância”

É na Banquinha, aos sábados e/ou domingos, que o PCdoB faz o contato direto com o povo. Progressistas e de esquerda buscam orientações, informações, materiais para exercerem sua cidadania e luta por um país melhor. Buscam se organizar e alguns pedem filiação ao Partido. Ex-bolsonaristas já se apresentaram, fazendo mea-culpa! Com o Plebiscito Popular, as Banquinhas aumentaram exponencialmente a participação do povo, com milhares de pessoas votando pelo fim da escala 6 x 1 e pela justiça tributária. A Banquinha é obra coletiva. Mas precisa de quadros comprometidos e convencidos politicamente da sua importância! Até firmarmos a presença semanal, demorou um tempo. Foi necessário Paciência, Persistência e Constância! Cada atividade precisa ao menos de três camaradas presentes, de mesa, bandeira do PCdoB, bandeira do Brasil, panfletos, folhas de papel para coletar contatos para a luta e canetas. Adesivos sobre uma luta, por exemplo, pelo Fim da Escala 6 X 1. E também botons e camisetas do PCdoB, materiais da UBM, UJS, UNEGRO, CTB e de sindicatos dirigidos por nós. Numa pequena caixa de som de bateria acoplada, com músicas de Chico Buarque, Martinho da Vila, Beth Carvalho, Leci Brandão, damos o recado político pelo microfone. Inicialmente, usávamos uma folha para coletar contatos com o título CONTATOS PARA A LUTA FORA BOLSONARO. Hoje, uma folha com o título CONTATOS PARA A LUTA EM DEFESA DA DEMOCRACIA, ambas com as colunas NOME, TEL COM ZAP, BAIRRO e PROFISSÃO. E o povo deixa os seus dados pessoais, para os comunistas da Banquinha com a bandeira da foice e do martelo! Já temos milhares de contatos qualificados, e muitos destes já se transformaram em militantes do PCdoB!

Entre os passantes na rua, que param ou não para conversar conosco na Banquinha, pode haver um possível militante, que se não chegarmos antes e acolhermos, outra organização o fará! Inúmeras vezes fomos cobrados porque faltamos no fim-de-semana anterior. Amigos e amigas nos pedem a presença constante!

Através das Banquinhas fazemos divulgação presencial de lutas gerais: Contra a Reforma da Previdência, Contra a Reforma Trabalhista, pela Libertação do Presidente Lula, e também de lutas locais: contra a Privatização da CEDAE, em defesa do Hospital Federal do Andaraí e o não fechamento da Emergência, etc. Ou seja, a Banquinha é também uma espécie de Movimento Social por onde circulam lutas diversas! Quando não temos na Banquinha um boletim do Comitê Estadual ou do Municipal, nós produzimos panfletos com cópias xerox. Não faltam lutas e motivos para rodarmos panfletos. Sempre com o endereço da sede do Distrital, das nossas redes sociais e os telefones de contato dos dirigentes do Distrital. A diversificação de motivações políticas em cada Banquinha é fundamental! Há sempre uma luta diferente! Após aquela famigerada reunião do Ministério do Bolsonaro quando o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que deveria “passar a boiada”, fizemos um panfleto do PCdoB homenageando o Dia do Meio Ambiente, denunciando o Governo Bolsonaro e distribuímos 100 mudas de plantas! Sucesso total! Já repetimos a distribuição de mudas algumas vezes! Os Aniversários do Centenário, dos 101, 102 e 103 anos do PCdoB, foram comemorados pelos comunistas e simpatizantes na rua, na Banquinha do PCdoB em Vila Isabel, com direito a música, sorteio de rifa, distribuição de mudas de plantas, bolo de aniversário e homenagens diversas.

Para agradecermos a votação obtida no 1º turno de 2022 e prepararmos o povo para derrotar Bolsonaro, fizemos uma Aula Pública na Praça do Grajaú com a camarada Dani Balbi, sobre Literatura Brasileira e Democracia, onde assinaram a lista de presença mais de 120 pessoas! Em março de 2023, no mesmo local, outra Aula Pública do PCdoB com os camaradas Dani Balbi e Elias Jabbour sobre a conjuntura nacional e internacional, e a quantidade de gente foi similar! Em junho e julho de 2023, fizemos junto com os CPLs do Grajaú e Muda, Rodas de Conversa, também nas praças, sobre a questão dos Juros Altos, com o camarada Marcelo Fernandes, ex-Presidente do CORECON-RJ, que deslanchou a Luta pelos JurosBaixosJá no território. Agora, em julho de 2025, uma Aula Pública com o camarada Elias Jabbour, reuniu cerca de 300 pessoas sobre o Sul Global e a Nova Ordem Multipolar. É o PCdoB falando sobre a conjuntura política e a viabilidade do Socialismo, para centenas de pessoas, olho-no-olho, em plena praça pública!

Estar nas ruas apenas nos períodos eleitorais é prática dos partidos social-democratas e os das classes dominantes! É uma necessidade histórica para os comunistas estreitar laços com o povo nos territórios, no sentido de reposicionar e revigorar o PCdoB para um novo ciclo de acumulação de forças! Para isto, o Partido precisa investir, política e materialmente!

Em síntese, nossa atuação institucional, no parlamento e no executivo, é fundamental e decisiva. Nossa presença nas redes potencializa, amplifica nossas vitórias. Mas é no contato direto com o povo nas ruas, onde podemos desenvolver melhor a nossa política. Ouvir o povo é uma necessidade cotidiana! E isto se dá através das lutas e da nossa atuação nos movimentos sociais, em entidades tradicionais ou não, e também de forma direta, fora do período eleitoral, quando todos os partidos são iguais perante os olhos da maioria do povo. Podemos e devemos nos apresentar com a nossa identidade própria e fazer a diferença! A presença dos comunistas através das Banquinhas nas Praças e Ruas, comprovadamente complementam as redes! E o fascismo precisa ser derrotado! Vamos à Luta!

João Carlos de Carvalho é presidente do Comitê Distrital da Grande Tijuca, membro do Comitê Estadual e da Comissão de Controle do PCdoB RJ RJ e secretário de Movimentos Sociais do PCdoB Carioca