Foto: Jota Lee

Em meio a bandeiras verde-amarelas do Brasil e vermelhas da foice e do martelo, a militância do PCdoB lotou o auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, nesta quinta-feira (16) para o ato de abertura do 16º Congresso do PCdoB, que contou com as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta do partido e ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, entre outras lideranças políticas e sociais, nacionais e internacionais.

Na plateia, composta por cerca de mil pessoas, a diversidade da militância comunista expressa nos mais diferentes perfis: jovens e idosos, vindos desde o Norte até o Sul do Brasil; mulheres e homens; negros, brancos, indígenas e orientais; trabalhadores e estudantes; católicos, evangélicos, do candomblé e ateus; LGBTs e PCDs.

Entoando palavras de ordem já tradicionais no PCdoB, cada um deu sua contribuição para a configuração de um clima de otimismo, unidade e disposição para a luta. Na mesa do evento, ministros, autoridades, parlamentares e lideranças de movimentos sociais e partidos como PT e PV — que formam a Frente Brasil da Esperança, junto com o PCdoB —, PSB, PSOL, PDT e PSD.

“Se eu for candidato não é para disputar é para ganhar. Não temos o direito de permitir que a extrema direita volte a governar este país”, disse Lula, ovacionado.

À vontade em meio a um coletivo que conhece há décadas — somente a aliança formal para disputas presidenciais já soma 36 anos, desde a primeira, em 1989 —, Lula brincou e também alertou sobre a necessidade de a esquerda intensificar seu trabalho junto ao povo e, em especial, entre os evangélicos.

“Muitas vezes eu acho que a nossa linguagem, o nosso discurso, está muito distante do nível de compreensão de milhões de pessoas que gostariam de nos escutar. Mas a gente, muitas vezes, não percebe que a linguagem é a melhor forma de expressão que Deus deu para nós”.

Luciana Santos, que antecedeu Lula na cerimônia, destacou que “nosso país vive mais um momento crucial da nossa história. Temos diante de nós dois caminhos: ou seguimos pela via da soberania, do desenvolvimento e da democracia, ou retrocedemos ao autoritarismo e à submissão à extrema direita”.
A eleição de 2026, completou, “tem um caráter estratégico: será uma batalha do Brasil de Tiradentes, daqueles que defendem a independência, a soberania e o desenvolvimento, contra o Brasil do Joaquim Silvério dos Reis, dos entreguistas, dos traidores da pátria”.

O 16º Congresso do PCdoB se estende até o próximo domingo (19). Nesta quinta (17), segue com o informe político da presidenta Luciana Santos, apresentação do relatório do Comitê Central ao Projeto de Resolução Política, seguido das intervenções das delegações internacionais, trabalho em grupo.

No fim da tarde, a programação segue com homenagens, a apresentação do balanço de direção, informes especiais sobre as atividades da bancada comunista na Câmara dos Deputados e sobre a centralidade do trabalho e a necessidade de um partido de classe. O dia se encerra com uma homenagem à vida e memória dos combatentes comunistas, às 19h.