Sindicatos condenam tentativa de privatização do saneamento de Goiás
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A Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) divulgou nota condenando a pretensão do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), de privatizar a Companhia Saneamento de Goiás (Saneago). Na nota, a entidade afirma que o Caiado está “prestes a protagonizar um dos maiores ataques às empresas públicas de saneamento do estado”.
“Com um discurso travestido de modernização e eficiência, a gestão estadual, e aliado com Pedro Sales, planeja para o segundo semestre deste ano o leilão do esgoto, atualmente gerido pela Saneago”, diz a nota.
O documento aponta que o governo de Ronaldo Caiado quer repetir o erro da privatização da CELG-D, empresa de distribuição de energia elétrica privatizada em 2017, com a Saneago para atender aos interesses do setor privado e entregar o patrimônio público para “alguma empresa amiga”.
“As chamadas Parcerias Público-Privadas (PPPs) são, na prática, privatizações disfarçadas. O discurso oficial fala de melhoria nos serviços, mas a realidade é outra: empresas privadas entram no sistema apenas para lucrar, cortando investimentos, piorando o atendimento e elevando tarifas. A população goiana já conhece essa história, pois viveu na pele os efeitos desastrosos da privatização da CELG e da concessão dos serviços de esgoto em cidades como Aparecida, Catalão, Rio Verde e Jataí para a BRK Ambiental. Resultado? Contas mais caras, problemas constantes e atendimento deficitário”, diz a FNU.
“Em São Paulo, a privatização da Sabesp já mostra suas consequências: aumentos de até 1000% na conta de água, falhas na distribuição e milhares de famílias sem acesso ao serviço básico. Isso é o que nos espera se o plano do governo seguir adiante”, continua.
A FNU argumenta que a estatal goiana de saneamento é uma empresa lucrativa e eficiente, ao contrário do que afirma Caiado. “Com uma história de compromisso com a população goiana, a empresa é referência nacional no setor. A entrada de capital privado não trará melhoria alguma, apenas direcionará os lucros para acionistas e conglomerados estrangeiros, que não têm compromisso algum com o povo.
O documento afirma que o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanitárias de Goiás (STIUEG) está mobilizado para barrar essa negociata e que irá se mobilizar nas ruas, nas redes sociais, em audiências públicas na Assembleia Legislativa e até no BNDES, cobrando transparência sobre os incentivos para a venda das empresas públicas.
“A água e o saneamento básico são direitos fundamentais, não mercadorias! O povo goiano precisa reagir antes que seja tarde demais. Vamos à luta!”, completa a nota.
Fonte: Página 8