Foto: Lionel BONAVENTURE/AFP

A Advocacia-Geral da União (AGU) confirmou que a Meta, empresa de Mark Zuckerberg, responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp, enviou a resposta sobre o fim da checagem de fatos dentro das redes sociais.

A empresa disse, segundo o UOL, que o fim da checagem de fatos e políticas contra a desinformação valerá, por enquanto, somente nos Estados Unidos, mas admite que a nova posição será levada “para outros países”.

“Neste momento, essa mudança somente será aplicada nos Estados Unidos. Planejamos criar, testar e melhorar as Notas da Comunidade nos Estados Unidos antes de qualquer expansão para outros países. Como parte desse processo de construção e lançamento, esperamos publicar mais informações sobre como as Notas da Comunidade funcionarão, incluindo os nossos planos para quaisquer relatórios de transparência relacionados à sua utilização”, disse a Meta.

A empresa enviou esclarecimentos sobre os anúncios feitos por seu dono, Mark Zuckerberg, que, alinhado à política de Donald Trump e Elon Musk, anunciou que suas redes sociais deixariam de ter checagem de fatos e combate à desinformação. Enfim, um estímulo à falsificação e às fake news.

No lugar da checagem de fatos, Zuckerberg quer copiar o Twitter de Elon Musk e instituir o sistema de “notas da comunidade”.

A AGU confirmou que recebeu o documento dentro do prazo, na noite de segunda-feira (13). “Agora, iremos proceder com uma análise minuciosa de seu conteúdo, adotando uma perspectiva técnica para compreender as implicações das mudanças no cotidiano das plataformas da Meta e seu impacto na vida dos brasileiros”, informou o advogado-geral Jorge Messias.

Messias já comentou que a Meta está agindo como uma “biruta de aeroporto”.

Ele citou a “enorme preocupação do governo brasileiro com a política adotada pela empresa Meta, que parece com a biruta de aeroporto, o tempo todo muda de posição ao sabor dos ventos. Eu quero dizer para essa empresa que a sociedade brasileira não ficará à mercê desse tipo de política”.

O anúncio feito por Zuckerberg teve uma péssima repercussão no Brasil, inclusive com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçando que o Brasil “é uma terra que tem lei”. “As redes sociais não são terra sem lei”.

“No Brasil, [as redes sociais] só continuarão a operar se respeitarem a legislação brasileira. Independentemente de bravatas de dirigentes irresponsáveis das big techs”, completou.

A Meta pediu ao governo brasileiro que a resposta que enviou seja mantida em segredo. A AGU está estudando uma forma legal de quebrar o sigilo sobre a resposta e divulgá-la.

Fonte: Página 8