O drama histórico Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, voltou a fazer história nesta terça-feira (2). Desta vez, o longa-metragem recebeu o Grand Prix (Grande Prêmio) de melhor filme do ano pela Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci).

É a primeira vez que um filme brasileiro conquista essa premiação. Ao todo, 739 jornalistas de 75 países participaram da votação. O Brasil também concorria com O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, que deve estrear em circuito nacional em 6 de novembro.

Segundo a Fipresci, a entrega do Grand Prix a Walter Salles está prevista para o próximo dia 19 de setembro, na sessão de gala que abrirá o Festival de Cinema de San Sebastián. A conquista amplia a lista de feitos do filme, que, desde sua estreia há um ano, em 1º de setembro de 2024, no Festival de Veneza, soma mais de 60 prêmios – com destaque para o primeiro Oscar de Filme Internacional já concedido ao cinema brasileiro.

Além disso, Salles se somará a outros prestigiados cineastas que já receberam o Grand Prix, como Pedro Almodóvar (por Tudo Sobre Minha Mãe, em 1999, e Volver, em 2006), Paul Thomas Anderson (Magnólia, em 2000, Sangue Negro, em 2008, e Trama Fantasma, em 2018), Jean-Luc Godard (Nossa Música, em 2004) e Roman Polanski (O Escritor Fantasma, 2010). Em 2018, ele foi premiado pela própria Fipresci pelo conjunto da obra.

Ainda Estou Aqui é uma adaptação do livro homônimo e autobiográfico do escritor Marcelo Rubens Paiva. A trama mostra a luta de sua mãe, Eunice Paiva (interpretada por Fernanda Torres), para resistir à ditadura militar e conseguir o reconhecimento de que seu marido, o ex-deputado, Rubens Paiva, foi assassinado pelo regime.