O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu iniciou nesta segunda-feira (6) uma nova ofensiva em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza. Após dar ordem de retirada aos palestinos que ocupam o território, Israel lançou bombardeiros aéreos que são considerados “preparativos” para um ataque terrestre sem precedentes na região.

Segundo o Hamas, a ofensiva israelense põe em risco centenas de milhares de civis, ignorando a “catástrofe humanitária na Faixa de Gaza”. Estima-se que 1 milhão de palestinos desalojados pela guerra estão em Rafah, o que inviabiliza uma evacuação em grande escala. O Hamas também alertou que a continuidade do genocídio pode mudar o “o destino dos prisioneiros inimigos”, numa alusão aos reféns.

A ameaça de Israel é vista como é uma “escalada perigosa” que terá respostas à altura, diz Sami Abu Zuhri, autoridade sênior do Hamas. Ele corresponsabiliza o presidente norte-americano, Joe Biden, pela situação atual. “O governo dos Estados Unidos, ao lado da ocupação (israelense), é responsável por esse terrorismo”, declarou Zuhri à agência Reuters .

Nesta segunda, vence o prazo imposto por Israel para a retirada da população. O exército israelense usou vários meios de comunicação (de telefones a panfletos) para exigir que os palestinos se desloquem para uma “zona humanitária expandida” situada a 20 quilômetros de Rafah.

Caso a ofensiva terrestre se concretize, é provável que o número de vítimas se multiplique. De acordo com o Ministério da Saúde palestino, os bombardeios de Israel em Gaza já deixaram 34.650 mortos e 78 mil feridos.