Ronie Almeida é pré-candidato a vereador no município de Volta Redonda/RJ

O pré-candidato a vereador do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) na cidade de Volta Redonda, Ronie Oliveira, concedeu uma entrevista e falou sobre sua trajetória política e sobre o projeto eleitoral do Partido, além de destacar os principais desafios que devem ser enfrentados na cidade.

Confira a entrevista na íntegra:

1. Como foi sua trajetória política até aqui?

Iniciei a minha trajetória na periferia de Volta Redonda, onde permaneço residindo e atuando. Fui estudante de escola pública e, com muita luta, me tornei engenheiro. Escolhi a profissão em que além de uma realização pessoal eu poderia ajudar a comunidade, as pessoas, e deu certo. Depois de formado, já atuando na minha área, como engenheiro civil, tive a oportunidade de ser diretor do Furban, uma autarquia da prefeitura municipal de Volta Redonda que atua na urbanização das áreas de posse, transformando-as em bairros, com infraestrutura adequada, e também na contenção de encostas em áreas de risco e obras de saneamento em toda periferia. Realizamos muitas políticas públicas nos núcleos urbanos informais. Entendi a importância de buscar melhorias para as comunidades, percebi que não adiantava somente ser uma cidade melhor para mim, precisamos buscar o melhor para todos. Além deste trabalho, hoje desenvolvo um projeto social na comunidade que resido, que atende mais de 150 crianças. Através do esporte buscamos combater a evasão escolar e oferecer um futuro melhor.

2. Qual a importância e o simbolismo de uma pré-candidatura do Partido Comunista do Brasil na cidade de Volta Redonda nesse cenário político tão polarizado em que estamos vivendo?

Um desafio muito importante, porque o PCdoB tem uma longa trajetória em Volta Redonda desde os anos de 1988 com a greve dos metalúrgicos, que enfrentaram o exército na greve pelo turno de 6h. O camarada Edmilson Valentim era nosso deputado federal e foi muito atuante. De lá pra cá, foram muitas disputas no sindicato dos metalúrgicos e, recentemente, assumimos a direção do Sindmetal com muitas dificuldades numa aliança com setores complicados, mas nós, através da CTB, temos feito o nosso melhor. Atuamos no movimento estudantil com uma presença marcante e chegamos a atuar em várias associações de moradores. Hoje, além da nossa presença no Sindmetal, estamos no sindicato dos servidores municipais e seguimos tentando abrir frentes em outros sindicatos. A luta política na cidade tem um agravante porque, desde a privatização da CSN, a direita emplacou uma ofensiva pesada na cidade, que vai desde a substituição do Bispo Dom Waldir, da teologia da libertação, por bispos mais conservadores, até a ofensiva neopentecostal, do rebaixamento da política, incluindo a cooptação política de muitas lideranças sociais e comunitárias pela atual administração municipal.

3. Pode fazer uma análise do atual cenário político da cidade e destacar o papel da sua pré-candidatura nesse contexto?

O cenário é extremamente desafiador, a cidade atual é muito diferente daquela dos anos 1980/90. A cidade se deslocou da esquerda para a direita. O atual prefeito está dirigindo a cidade pelo quinto mandato. Começamos juntos através da frente popular, mas ele veio se deslocando à direita, até o momento que tivemos de nos afastar e fazer oposição. Ele tem uma máquina municipal e estadual à sua disposição, o que nos impõe, mais do que nunca, a tarefa de gastar sola de sapato. Estamos andando na cidade, fazendo muitas reuniões nos bairros, junto à militância, aos amigos e aliados. A Câmara hoje tem apenas um vereador de esquerda, do PT, e precisamos ampliar, ocupar mais espaços. Construímos uma frente que inclui a nossa Federação e o PSOL. Nosso candidato a prefeito é o Professor Alexandre Habibe, do PT, ex-reitor da Unifoa, universidade que é comunitária e muito bem avaliada. Ele também é engenheiro e tem uma boa percepção sobre os problemas da cidade. A vice é do PSOL, a companheira Drica Bitencourt, outra engenheira. São três pré-candidatos disputando a prefeitura e são 308 pré-candidatos a vereador e vereadora. São menos nomes à disposição, o que aumenta a necessidade de mais votos. Existe a possibilidade, pela primeira vez, de ter propaganda eleitoral gratuita na TV, se acontecer, nos aproximará do nosso eleitor.

4. Quais as suas principais propostas para a cidade e quais são os desafios desse projeto eleitoral rumo à Câmara Municipal?

As principais propostas são de mais participação popular, ter um mandato coletivo construído junto com a militância. Vamos construir um mandato aberto e transparente, temos que atuar na melhoria do transporte coletivo, na educação, já que o município tem caído na avaliação do IDEB, fiscalizar o poder público, há muitas irregularidades por falta de fiscalização. Agora, os desafios são muitos, mas possíveis de superar, precisamos de recursos. Nós temos uma militância aguerrida e confiante, mas é preciso recursos para poder ter material, mobilidade, e alcançar a população. A nominata está boa, podemos fazer dois vereadores e se acontecer a onda vermelha fazer até três vereadores. O certo é que temos de ser os primeiros dentro da federação e estamos trabalhando para isso. Vamos continuar nosso trabalho pela periferia de Volta Redonda e nossa juventude.