Vencer em 2026 é decisivo para a soberania do Brasil

Chegou ao final com êxito, o Ciclo de Debates do PCdoB, promovido pela Fundação Maurício Grabois para aprofundar as Propostas de Resolução do partido ao 16º Congresso do PCdoB, que ocorrerá em Brasília de 16 a 19 de outubro. Com tema “Conjuntura desafiadora: as forças progressistas e democráticas, as eleições presidenciais de 2026, consensos e convergências possíveis, o painel reuniu nesta segunda-feira (25), em Recife, expressivas liderenças nacionais. A presidenta nacional do PCdoB e ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou virtualmente devido a uma reunião ministerial convocada pelo presidente Lula.A mesa contou com José Dirceu, ex-ministro e fundador do PT, Pedro Campos, deputado federal e líder do PSB na Câmara, e Cida Pedrosa, vereadora do Recife pelo PCdoB. A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), também enviou uma saudação gravada, lamentando sua ausência presencial por compromissos em Brasília.
Mediador da mesa, Luciano Siqueira, membro da direção nacional do PCdoB, ex-vereador e ex-deputado estadual, destacou a importância do diálogo com diversas forças progressistas. “Nós promovemos um exercício de diálogo com diversas vozes, incluindo pensadores e especialistas, para enriquecer o pensamento político do PCdoB”, afirmou.
Cida Pedrosa enfatizou a necessidade de uma frente ampla para 2026, unindo esquerda, centro e setores democráticos da direita, diante da força da extrema direita, que se organiza nas ruas e redes sociais. “O desafio de 2026 exige uma frente ampla que inclua esquerda, centro e até setores da direita para garantir a vitória contra a extrema-direita”, afirmou. Ela alertou para o impacto do imperialismo cultural americano, presente em filmes e músicas, e a manipulação tecnológica nas eleições, como o uso de inteligência artificial para desinformação. Pedrosa defendeu a escuta das dores da classe trabalhadora e o fortalecimento da identidade nacional.
José Dirceu analisou a crise do capitalismo e a perda da hegemonia americana, que reage com guerras híbridas e pressões econômicas, como as tarifas impostas por Trump. “A hegemonia americana no mundo, baseada no dólar como arma de destruição em massa, está em declínio, mas seu elemento cultural e financeiro ainda é central”, destacou. Ele lamentou a falta de uma elite comprometida com o projeto nacional e propôs um projeto de desenvolvimento com investimento público, como o Novo PAC, e reformas estruturais para reeleger Lula e fortalecer a democracia.
Pedro Campos apontou a desorganização da direita, com disputas internas entre Eduardo Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, como uma vantagem para o campo progressista. “A inelegibilidade de Bolsonaro cria uma crise de sucessão. Eduardo Bolsonaro e Tarcísio de Freitas disputam espaço, o que os enfraquece”, afirmou. Contudo, alertou para o desafio de construir um discurso popular que dialogue com a classe C, majoritária hoje, e enfrente a precarização romantizada como empreendedorismo. Ele destacou a centralização do controle da informação por big techs, que exige uma disputa pela atenção do povo.
Thiara Milhomem, presidenta Estadual do PCdoB (PE), reforçou a necessidade de superar vulnerabilidades tecnológicas e militares, fortalecendo a indústria e a ciência. “A unidade das forças progressistas e democráticas é o caminho para enfrentar os desafios globais e garantir a vitória em 2026”, defendeu. Ela propôs reformas estruturais, como urbana, agrária e tributária, e a mobilização popular para garantir a reeleição de Lula e um Congresso progressista em 2026, enfrentando o neocolonialismo.
Luciana Santos destacou o papel do Brasil nos BRICS e no G20, sob a liderança de Lula, em um contexto de transição geopolítica. “A política externa de Lula é uma das mais avançadas da história, articulando o Brasil com nações que defendem a soberania, apesar de nossas vulnerabilidades tecnológicas e militares”, disse. Ela defendeu um projeto nacional de desenvolvimento, com investimento em tecnologia e indústria, e a luta por reformas estruturais para elevar a consciência popular e combater a guerra cultural impulsionada pelas big techs.
Simone Tebet, em sua saudação, reforçou a unidade do campo democrático, citando A Arte da Guerra: “Conheça a si mesmo e ao inimigo para vencer batalhas”. Ela alertou para a dificuldade das eleições de 2026 e a necessidade de enfrentar o fascismo e o negacionismo com clareza e diálogo.
O debate reforçou a urgência de unir forças progressistas, articular um programa transformador e mobilizar a sociedade para garantir a vitória em 2026, consolidando a soberania nacional, a democracia e o caminho rumo ao socialismo. O PCdoB planeja divulgar, em setembro, um documento com propostas de reformas estruturais, a ser debatido no 16º Congresso.