O Fórum Internacional de Mídia “A Verdade Contra o Neofascismo”, realizado pelo Partido Comunista da Federação Russa, ocorreu em Moscou, no dia 6 de novembro, e dele participaram mais de 100 representantes de partidos comunistas e organizações de esquerda. Em debate, a ameaça neofascista que expande por diversos países em todo o mundo e como a comunicação pode aprimorar formas de combatê-lo. Na abertura do evento foi exibido o documentário “Fascismo”, produzido pelo canal de televisão Linha Vermelha, da Rússia.

O presidente do Partido Comunista da Federação Russa (PCFR) Gennady Zyuganov abriu o Fórum com um discurso em que lembrou o preço incrivelmente alto que o mundo pagou para se libertar o nazismo. “Os heróis dessa luta conquistaram grande glória. Recordamos com carinho a contribuição para a vitória sobre o fascismo dos soldados e oficiais do Exército Vermelho, dos combatentes do Exército Popular de Libertação da China, dos soldados das Potências Aliadas, dos representantes da Resistência Francesa e Italiana, dos membros da resistência antifascista alemã, dos guerrilheiros iugoslavos e coreanos e dos patriotas poloneses e tchecoslovacos”, registrou o dirigente comunista russo.

Para Zyuganov “a destruição vil e traiçoeira da União Soviética deu aos predadores do mundo uma sensação de impunidade”. Para ele “a postura atual do Ocidente torna a situação global cada vez mais alarmante e perigosa. O neocolonialismo está fazendo-se sentir. A dor e o sofrimento das massas estão aumentando. Centenas de milhares estão morrendo de fome e falta de assistência médica, perecendo em conflitos armados e nas mãos de terroristas. Sangue está sendo derramado na Ucrânia, na Faixa de Gaza e em outros cantos do planeta.

“A oligarquia financeira global está fazendo tudo o que pode para fortalecer sua ditadura. Ela nem sequer hesita em apoiar diretamente o fascismo. Inspirada por isso, a escória ‘marrom’ está determinada a se vingar da história”, declarou o líder do Partido Comunista da Federação Russa.

Zyuganov, ao final, anunciou as seguintes conclusões básicas: a necessidade de unir amplas forças progressistas pacifistas e antifascistas contra a crescente ameaça da guerra e do fascismo; intensificar a ligação da defesa da paz e da justiça social com a luta antifascista consistente e o combate ao imperialismo; aumentar  o protagonismo dos comunistas no combate ao fascismo por serem defensores do caminho socialista de desenvolvimento e buscar a máxima combinação de todas as forças de esquerda patrióticas para conduzir uma política de informação mais ativa e coordenada.

Na abertura falaram ainda representantes do Partido Comunista da China, Hu Zhaoming; do Partido Comunista da Bielorrússia, da Frente Sandinista de Libertação Nacional da Nicarágua e do Grupo de Trabalho da Plataforma Mundial Anti-Imperialista. Todos destacaram a importância de unir forças na luta contra o neofascismo, a necessidade de fortalecer a cooperação na promoção de ideias de esquerda e no combate aos ataques de informação ocidentais.

Os debates do Fórum foram realizados em duas seções:  “Contra-ataque informativo à propaganda ocidental no espaço midiático – a base para uma luta exitosa contra o ressurgimento do fascismo” e “Metodologia do trabalho de informação e ideologia nos meios de comunicação nacional e nas redes sociais – experiência prática”. Trinta e três participantes fizeram intervenções em que apresentaram a conjuntara de seus países, ressaltaram a importância do trabalho no ambiente digital, em particular nas redes sociais, e a necessidade de unir esforços no enfrentamento ao neofascismo.

O PCdoB, único partido do Brasil presente, foi representado por Inácio Carvalho, secretário nacional adjunto de comunicação. Carvalho afirmou que o ressurgimento do fascismo é fruto da incapacidade do capitalismo atender as expectativas materiais e espirituais de grandes parcelas da população e que por isso vivem em situação de desespero. Tal condição é explorada pelas plataformas digitais – as chamadas big techs – que fomentam a fragmentação social, exacerbam manifestações de ódio por razões religiosas, raciais e de gênero, e assim promovem a ascensão da direita fascista. Para o represnetante do PCdoB os partidos comunnistas e progressistas devem buscar formas promover uma maior colaboração, cooperação, troca de experiências e sinergia entre si tendo em vista obter êxito na luta antifascista.

(Com informações do jornal Sovetskaya Rossiya)